Estupro e tortura: ex-esposas e filhas acusam o filho de Olavo de Carvalho

O astrólogo Tales de Carvalho, filho do ideólogo bolsonarista Olavo de Carvalho, é acusado de agressão, tortura e estupro por ao menos uma das suas ex-esposas. Os relatos de Calinka Padilha de Moura e outras três ex-esposas do astrólogo foram revelados pela coluna do jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles.

Conforme Amado, os relatos de violência, física, psicológica e sexual, são corroborados também por duas filhas de Tales: Julia Moura de Carvalho e Ana Clara Moura de Carvalho. Há, ainda, acusações de que ele tenha se relacionado com uma menina de apenas 12 anos e mantinha, em seus computadores, registros de pornografia infantil.

Em nota assinada por advogados, Tales negou todas as acusações. Ele alega que os relatos da ex-esposa, a principal fonte das acusações, “foram utilizados por ela para tentar privá-lo da guarda da filha menor.”

A defesa argumenta, ainda, que as histórias já haviam sido contadas na Justiça durante o processo pela guarda da filha e foram, segundo o advogado, desconsideradas por se tratarem de mentiras.

O processo terminou em 2022, com Tales mantendo a guarda da filha mais nova, atualmente com 14 anos, após um acordo judicial que levou em conta a vontade da jovem. Calinka foi liberada para ver a filha a cada 15 dias.

O acordo encerrou duas queixas-crimes contra Calinka, que na ocasião já fazia acusações contra o astrólogo. Ainda como parte do acordo, os dois não mais trocariam ofensas e Tales pagaria 60 mil reais à ex-mulher. Ele não cumpriu a parte financeira.

Estupro, agressão e tortura

Os primeiros relatos de estupro, agressão e tortura datam de 2007 e teriam se estendido até meados de 2009. Calinka conta ao site que, após um período separada de Tales, ela optou por reatar o relacionamento sob ameaça de perder a guarda das filhas. Tales passou, então, a agredi-la. Suas partes íntimas seriam o principal alvo.

Nesse período, conta Calinka, Tales mantinha, sob o mesmo teto uma segunda esposa, à época já maior de idade, mas com quem teria começado a se relacionar quando ela tinha apenas 12 anos.

O astrólogo havia se convertido ao islamismo e frequentava uma tariqa, que ela aponta ser a fonte do extremismo do ex-esposo. O início de relacionamento com essa menina é que motivou Calinka a sair de casa nos meses que antecederam o início das agressões.

Essa segunda esposa de Tales também era alvo das mesmas agressões, segundo Calinka. Ele confirma o relacionamento, exposto também em um e-mail revelado por Amado, mas alega que a relação foi iniciada quando ela tinha 14 anos, idade em que, por lei, o astrólogo não estaria cometendo o crime de estupro de vulnerável.

Os relatos de agressões, conforme mencionado, são corroboradas pelas filhas. Ambas contam que, durante o período em que viveram com Tales, ouviam a violência contra sua mãe e a segunda esposa mantida pelo astrólogo. Elas classificam o filho de Olavo de Carvalho como uma figura assustadora.

Vídeo de pornografia infantil

Calinka conta, também, que durante as sessões de agressão, Tales supostamente a obrigava assistir vídeos de crianças sendo estupradas. “Meninos e meninas com menos de dois anos”, descreveu ela ao Metrópoles. As esposas, quase sempre, era estupradas após as sessões de tortura.

As duas filhas de Tales entrevistadas por Guilherme Amado relataram, ainda, ter encontrado no computador do pai, quando ainda crianças, diversos os vídeos de estupros de meninos e meninas.

Poligamia

Nesse período, Tales, conta Calinka, ainda teve outras duas esposas sob o mesmo teto. Uma brasileira com quem se relacionou até fevereiro deste ano e outra jovem com que foi casado por três anos. Todas viviam sob o mesmo teto.

Recentemente, uma jovem de 17 anos foi encontrada no Paraguai após ser dada como desaparecida pela família no Brasil. Ela estava em um endereço ligado à Tales no país. Ele alega que os dois tinham um relacionamento.