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Uruguai realiza internas partidárias para escolher candidatos à presidência

Pela primeira vez desde 1999, quando o sistema de eleições internas dos partidos foi introduzido, nomes recorrentes no cenário político uruguaio nas últimas décadas não estarão buscando a indicação presidencial

Divisa entre Brasil e Uruguai. Foto: AFP
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O Uruguai realiza convenções partidárias neste domingo (30) para escolher os candidatos presidenciais para as eleições gerais de outubro, o primeiro marco na corrida para suceder ao presidente Luis Lacalle Pou.

Mais de 2,7 milhões de uruguaios estão aptos a ir às urnas entre 08h e 11h, em eleições de voto voluntário das quais sairão os únicos candidatos de um total de 18 partidos registrados.

Os resultados preliminares são esperados para 23h30 (horário local e de Brasília).

As baixas temperaturas no sul, o início das férias escolares de inverno e os torneios internacionais de futebol podem reduzir o comparecimento às seções eleitorais, dizem os analistas, que preveem que o comparecimento poderá ser menor do que os 40% de cinco anos atrás.

Lacalle Pou e o ex-presidente José Mujica (2010-2015), os políticos mais populares do país, lideram a disputa em seus respectivos partidos, de acordo com as últimas pesquisas publicadas antes do fechamento das urnas na sexta-feira.

No Partido Nacional, que lidera a coalizão de centro-direita que governa o país desde 2020, o ex-secretário presidencial Álvaro Delgado aparece em primeiro lugar nas intenções de voto, seguido pela economista Laura Raffo.

Na Frente Ampla, de esquerda, a maior força de oposição, Yamandú Orsi, herdeiro político de Mujica e ex-prefeito do departamento de Canelones, está à frente da prefeita de Montevidéu, Carolina Cosse, que tem o apoio de comunistas e socialistas.

No tradicional Partido Colorado, parceiro da coalizão de governo, o advogado Andrés Ojeada está bem à frente. Entre os que o seguem estão o ex-diretor da administração da educação pública Robert Silva, o ex-presidente da empresa estatal de telecomunicações Gabriel Gurméndez e o ex-ministro do turismo Tabaré Viera.

Os especialistas preveem que o comparecimento às urnas não afetará as chances de Delgado, mas que uma maior mobilização das bases beneficiaria Cosse e prejudicaria Ojeada.

Pela primeira vez desde 1999, quando o sistema de eleições internas dos partidos foi introduzido, nomes recorrentes no cenário político uruguaio nas últimas décadas não estarão buscando a indicação presidencial.

Lacalle Pou, impedido pela Constituição de concorrer à reeleição imediata, e os ex-presidentes Mujica, Luis Alberto Lacalle Herrera (1990-1995) e Julio María Sanguinetti (1985-1990, 1995-2000) não concorrerão. Tampouco o ex-presidente Tabaré Vázquez (2005-2010, 2015-2020) e o ex-vice-presidente Danilo Astori (2010-2015), que faleceram em 2020 e 2023, respectivamente.

Neste domingo, também será escolhido o órgão deliberativo nacional de cada partido, que indicará o candidato caso nenhum dos candidatos alcance mais de 50% dos votos válidos, ou 40% com uma diferença de pelo menos 10 pontos percentuais em relação ao segundo colocado.

As eleições presidenciais e legislativas serão realizadas em 27 de outubro, com um eventual segundo turno em 24 de novembro. O voto é obrigatório em ambas as votações.

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