Política

Quem é Glauber Braga, deputado que chamou Moro de ‘juiz ladrão’ na CCJ

Deputado já confrontou Cunha e Temer no Congresso com falas polêmicas. Moro acusou Braga de faltar com decoro parlamentar

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu arquivar pedido pela cassação do mandato de Glauber Braga, feito pelo PSL. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A sabatina de mais de 7 horas do ministro Sérgio Moro na Comissão de Constituição e Justiça, que aconteceu nesta terça-feira 2, acabou após os ânimos se animarem com uma comparação feita pelo deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ).

“Da história, o senhor não pode se esconder. E o senhor vai estar sim nos livros de história. Vai estar nos livros de história como um juiz que se corrompeu, como um juiz ladrão”, disse, após comparar Moro com um árbitro de futebol que ‘rouba’ nos jogos.

Após a fala, deputados passaram a discutir entre si e avançar em direção a Glauber e à presidente da Comissão no momento, Prof.ª Marcivânia (PCdoB-AP), pedindo o encerramento da sessão.

Sergio Moro saiu escoltado por seguranças e, depois, afirmou que a culpa do encerramento era de Glauber, de quem disse ser “absolutamente despreparado” e sem “decoro parlamentar”. Deputados da base do governo ameaçaram levar a fala de Braga ao Conselho de Ética do Congresso. Nas redes sociais, o psolista diz não retirar ‘uma palavra’ do que disse ontem.

Glauber Braga está em seu quarto mandato como deputado federal, eleito com 40.199 votos nas eleições de 2018. Já foi secretário municipal em Nova Friburgo (RJ) e dirigente estadual do PSB, pelo qual exerceu seus dois primeiros mandatos até se filiar ao PSOL.

Não é a primeira vez que o deputado protagoniza falas polêmicas em sessões parlamentares. Na votação pelo impeachment de Dilma Rousseff, colocou-se como opositor de Eduardo Cunha, na época presidente da Câmara e hoje preso por acusações de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

“Eduardo Cunha, você é um gângster. O que dá sustentação a sua cadeira cheira a enxofre. Eu voto por aqueles que nunca escolheram o lado fácil da história. Voto por Marighella, por Plinio de Arruda Sampaio, por Luis Carlos Prestes, eu voto por Olga Benário, eu voto por Zumbi dos Palmares, eu voto não”, disse em 2016.

O jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil – portal que revelou o vazamento das mensagens entre Moro, Dallagnol e demais procuradores da Lava Jato -, também mencionou o deputado no Twitter com vídeo em que Braga chama Temer de “bandido”.

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