Política

Curso do Itamaraty tem questão sobre invasão de alienígenas

Ministério de Relações Exteriores alega que pergunta tem ‘fins exclusivamente didáticos’

Foto: Reprodução
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O curso de formação de oficiais do Ministério das Relações Exteriores tem, em sua apostila, uma questão sobre invasão de alienígenas. A pergunta trata sobre os procedimentos que devem ser tomados em relação ao patrimônio da instituição, em caso de “invasão de alienígenas oriundos de Beta Centauri”. A informação é do Blog do Matheus Leitão, do site G1.

A hipótese aparece acompanhada de um terremoto, um tsunami e de uma bomba atômica. “Um terremoto atingiu o Posto, ao mesmo tempo que um tsunami, a explosão de uma bomba atômica por um grupo terrorista e a invasão de alienígenas oriundos de Beta Centauri. Qual deverá ser a prioridade do responsável pela gestão patrimonial?”, indaga a apostila. “Beta Centauri” seria o nome dado à segunda estrela mais brilhante da constelação Centaurus.

Procurado pela CartaCapital, o Palácio do Itamaraty afirmou que a questão tem apenas função retórica. O objetivo seria fixar que, em situações de pânico, o mais importante seria a preservação da vida, e não a gestão dos bens patrimoniais. Leia a nota completa:

A menção a uma situação hipotética de emergência, no texto, é utilizada como um recurso retórico para fins exclusivamente didáticos. O tópico é citado em material didático disponível na rede interna do Itamaraty e destinado a preparar servidores para a progressão funciona na carreira de Oficial de Chancelaria.

O trecho consta da apostila de ‘Gestão Patrimonial’, na qual, em seu módulo dois, o tema é ‘Princípio Zero’, sendo o corolário desse princípio ‘se a situação de fato inspira pânico, então o problema não é de gestão patrimonial’, e destaca que, nestes casos, o funcionário deve se preocupar ‘com as pessoas, não com os bens’. O item em questão trata de exercícios de fixação, e o que se espera dessa lição de preservação de patrimônio é que o estudante saiba responder que, em casos de risco à vida, o patrimônio deve ficar em segundo plano.

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