Diálogos da Fé

Blog dedicado à discussão de assuntos do momento sob a ótica de diferentes crenças e religiões

Diálogos da Fé

O pecado da discriminação racial

Quem tem preconceito desrespeita primeiramente a Deus

Apoie Siga-nos no

Uma mulher negra empregada na casa de uma família de cor branca havia levado a sua filha de 10 anos para o trabalho. Perguntei à menina, que brincava enquanto a mãe trabalhava, se ela queria ser branca também. A criança olhou para mim, sacudiu os ombros e respondeu: “Por que eu ia querer ser branca? Eles têm a cor da sola dos nossos pés.”

O que esta frase significa para vocês?

Entendi o seguinte, de acordo com a reação da criança: a discriminação e o desprezo, de propósito ou sem querer, chegaram ao ponto de deixar a criança cheia de rancor. Ela comparou os brancos à sola dos seus pés em vez da palma das mãos, que também é branca. Revelou a vontade de pisar naqueles que cometeram atos de discriminação e desprezo.

Leia também:
Consciência negra é coisa de preto?
A superação do racismo também é coisa de evangélicos

Quem sabe que tipo de perguntas ela fez aos pais desde pequena até chegar a este ponto? O subconsciente dela está cheio de sentimentos ruins.

Quem iria querer pagar a conta de algo que nunca fez?

Deus criou aqueles que nascem ao sul do Saara como negros. Outros foram criados na cor branca. E os asiáticos foram criados na cor amarela. Quem sabe os motivos de Deus para nos criar em diversas cores? Portanto, discriminar pela cor da pele é desrespeito, principalmente, para com Deus.

Os crentes devem ser os primeiros a se manifestar contra a discriminação. Tal atitude é uma demonstração de respeito para com Deus.

Deus, glorificado e exaltado seja, diz: “E entre os Seus sinais está a criação dos céus e da terra, e a diversidade de vossas línguas e cores. Certamente nisto há sinais de fato para aqueles que têm conhecimento (dos fatos da criação, e que são livres de preconceitos).” (Alcorão, 30:22)

Neste caso, os estudos sobre a diversidade das cores de pele devem ser realizados, assim como os estudos da criação do céu e da terra, e os estudos sobre as línguas.

O profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) nomeou Bilal al-Habashi, negro e escravo, para uma função muito especial. Al-Habashi tornou-se muazzin, que faz chamadas para a oração cinco vezes ao dia.

O profeta expressou e realizou muitas coisas, que naquela época pareciam ser impossíveis até de imaginar. Ele disse o seguinte em uma tribo, como coraixitas, que se consideravam os mais nobres dos árabes: Um negro pode ser nomeado para a governança de vocês. Devem aceitá-lo e obedecê-lo.

Há uma grande papel a ser desempenhado pela educação presencial e cursos como EJA (educação de jovens e adultos) no combate à discriminação. Não se deve admitir a expressão de preconceito, direta ou indiretamente, nem mesmo em meios familiares, além das escolas e locais públicos.

Famosos como o jornalista William Waack, em especial, devem ter pensamentos e discursos muito claros contra qualquer tipo de discriminação. Pois são os exemplos e modelos na sociedade, sempre imitados por muitos.

Tradução: Atilla Kus. Revisão: Gabriel Ribeiro e Mustaf Goktepe

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo