Entenda como Sérgio Moro pretende acabar com os presos provisórios

Usando de cobaia os presos provisórios, Moro quer implementar o plea bargain e dar adeus ao Processo Penal

Apoie Siga-nos no

?feature=oembed" frameborder="0" allowfullscreen> src="https://i.ytimg.com/vi/f0mnPMzIRcE/hqdefault.jpg" layout="fill" object-fit="cover">

Neste episódio do jornal mais antijurídico da internet, apresentado por Igor Leone, advogado e editor de Justiça da CartaCapital, o assunto principal é a relação entre o plea bargain e os presos provisórios.

Trocando em miúdos, o plea bargain é um modelo norte americano de acordos penais onde o acusado faz um acordo com o Ministério Público assumindo a autoria de um crime em troca de algum benefício, como a redução da pena. Isso te parece familiar? É porque no Brasil, a delação premiada já é usada na prática como uma espécie de plea bargain.

A verdadeira “vantagem” do plea bargain é que ele de fato reduz a quantidade de processos, porém, isso enterra de vez tudo o que se entende por Processo Penal, além é claro, de não reduzir a criminalidade. Nos Estados Unidos, país com a maior população carcerária do planeta, o plea bargain é a principal ferramenta responsável pelo encarceramento em massa, estima-se que em 95% dos casos o plea bargain é usado para pôr fim ao processo.

Paralelo a isso, hoje 40% dos presos no Brasil são presos provisórios, ou seja, ainda não foram julgados. Inclusive, essa é uma das principais características do poder punitivo da América Latina como um todo, 75% dos presos latinos estão nessas condições: presos sem uma condenação. Neste programa, Leone explica como Sérgio Moro pretende aplicar o plea bargain para zerar essas estatísticas e se consagrar como o Ministro da Justiça que reduziu o número de presos provisórios do país.


Além disso, o programa também fala sobre os presídios privados, tendência anunciada recentemente pelo governador João Dória para controlar o crescimento de mais de 300% da população carcerário do Estado de São Paulo nos últimos 25 anos e por fim, como funciona a indústria do punitivismo que lucra milhões com a construção de presídios, venda de armamentos e serviços de tecnologia e vigilância.

Para acessar todos os programas do Jornal Antijurídico se inscreva no canal do Youtube, os episódios novos são lançados toda terça-feira.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.