Os xiitas e o xiismo

A palavra shia significa um grupo de seguidores. Ela aparece algumas vezes no Alcorão em referência aos seguidores dos profetas anteriores a Mohammad, entre eles Abraão e Moisés (corão 28:15)

Atualmente, está, no entanto, associada a uma escola islâmica em particular, baseada nos ensinamentos do profeta e de sua família, também conhecida como escola xiita ou Ahlulbayt (gente da casa em árabe). Assim era chamada a família do profeta Mohammad .

Muito embora na época em que vivia o profeta não estivesse o islã divido em escolas de pensamento, Mohammad usou o termo para se referir a um grupo de seguidores: a “shia de Ali”.

Algumas narrativas em que o profeta usou o termo são:

“Ahlulbayt é como uma árvore da qual eu sou a raiz, Ali é um ramo, Hassan e Hussain são os frutos e os shias são as folhas” (em ibn Hayar, lisan al- Mizan vol. 2 , 354)

“Estávamos sentados ao redor do profeta quando Ali Abi Taleb chegou e disse: ‘Verdadeiramente meu irmão está com vocês’ e pôs sua mão sobre a caaba e disse: “Pelo único que tem minha alma em suas mãos, que este homem e sua shia estarão em vantagem frente aos demais no dia do juízo final (Tawzih al Dala il fi Tashih Al- Fada íl 505 )

“O profeta de Alá estava junto a mim, quando sua filha syeda (senhora) Fátima veio saudá-lo junto com Ali seu marido. O profeta de Alá, satisfeito, levantou sua cabeça e disse: ‘Seja feliz Ali, você e sua shia estarão no paraiso’” (Tawzih al Dala il fi Tashir al Fada íl. 507)

O profeta, apontam essas histórias, foi de fato o primeiro a usar o termo e o fazia para se referir ao imã Ali, seu primeiro sucessor

Após a morte do profeta, aqueles que permaneceram leiais a Ali também foram chamados de shia.

Durante o segundo século da Hégira, a fuga de Mohammad de Meca para Medina, marco inicial do calendário islâmico, os califas abássidas abriram quatro escolas filosóficas sunitas que se popularizaram, enquanto a escola filosófica xiita, depois da morte do imã Ali, foi liderada pelos imãs Hassan e Husein e seus nove sucessores, somando-se um total de 12 imãs, até o ultimo, al-Mahdi.

O denominado xiismo não é nenhuma inovação, como proclamam alguns fanáticos, e pode ser definido como um segmento do Alcorão e das tradições do profeta   Mohammad.