Parlatório

Oposição pedirá investigação contra Dilma no STF, diz Aécio

Senador afirma que Dilma não entendeu a dimensão das manifestações e que partidos vão pedir que o ministro Teori Zavascki apure denúncias

O senador Aécio Neves é responsável pelo comunicado do PSDB distribuído à imprensa
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Partidos da oposição teriam se reunido nesta terça-feira 17, reuniram-se nesta terça-feira 17 para avaliar as manifestações de domingo. Eles tentarão encontro com o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, para pedir a investigação da presidenta Dilma Rousseff em razão de supostas citações em depoimentos de delação premiada na Lava Jato. Aécio Neves, que assina a nota, foi citado em depoimentos, mas as investigações contra ele foram arquivadas.

Em comunicado enviado à imprensa, o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, deu detalhes sobre o encontro e refutou a fala do ministro Miguel Rossetto, para quem as pessoas que foram às ruas no último dia 15 eram eleitores de Aécio, derrotado nas últimas eleições presidenciais no ano passado. “Se isso fosse verdade, se as pessoas que estão indignadas hoje por todo o Brasil e se manifestando de todas as formas fossem as que votaram em mim como candidato à Presidência da República, certamente o Brasil teria um outro governo, e nós seríamos poupados de uma manifestação tão patética como essa”, afirmou.

Sobre a denúncia do Ministério Público, Aécio disse: “Vamos acompanhar com lupa as investigações em relação ao senhor Vacari (sic), vamos estar permanentemente reunidos a partir de agora e, amanhã, a partir de uma iniciativa do PPS através dos deputados Jungman e Roberto Freire, os partidos de oposição estarão buscando se encontrar com o ministro Teori para, com base em jurisprudência do próprio Supremo Tribunal Federal que, por duas vezes, já decidiu nesta direção, as oposições, em razão das citações nos depoimentos da delação premiada, vão pedir que se abra investigação em relação à presidente da República”.

Confira a íntegra do comunicado:

“Entrevista do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves

Brasília – 17-03-15

Assuntos: reunião de partidos de oposição, pedido de investigação da presidente da República.

Sobre reunião das lideranças dos partidos de oposição esta tarde, no Senado.

Chegamos a algumas conclusões. A primeira delas é de que é essencial que as oposições continuem reunidas, como nós fizemos hoje, ao longo de todas as próximas semanas, para estarmos avaliando o quadro. Avaliando não apenas as manifestações, mas avaliando a gravíssima crise na qual está mergulhado o país. E essa crise é ainda maior porque me parece que o governo ainda não entendeu absolutamente nada do que está acontecendo.

Quase que numa ação esquizofrênica, a presidente da República fala em diálogo e coloca como seu porta-voz, para se comunicar com os brasileiros no dia das manifestações, o ministro Rossetto, que tem uma conclusão extremamente curiosa: aqueles que estiveram nas ruas foram os eleitores do adversário, e não da presidente da República, então, por isso, tudo está bem. Se isso fosse verdade, se as pessoas que estão indignadas hoje por todo o Brasil e se manifestando de todas as formas, fossem as que votaram em mim, como candidato à Presidência da República, certamente o Brasil teria um outro governo, e nós seríamos poupados de uma manifestação tão patética como essa.

Por outro lado, há uma questão nova e extremamente relevante em todo esse processo de investigação: ontem, através do procurador Dallagnol, o Ministério Público denunciou o tesoureiro do PT, o senhor Vaccari Neto. E a denúncia tem como base a afirmação do Ministério Público – que, obviamente, poderá ou não ser comprovada – de que o dinheiro da propina alimentava campanhas eleitorais do PT. Isso é extremamente grave. E se comprovado, nós teremos um quadro até do ponto de vista jurídico diferente no país.

A presidente da República tem razão apenas em uma questão: quando ela diz que a corrupção é uma velha senhora no Brasil, uma senhora idosa. É verdade. Só que essa velha senhora nunca se vestiu tão bem, nunca esteve tão assanhada como nesses tempos de PT. Na verdade, essa velha senhora hoje veste Prada e usa uma estrela vermelha no peito. Portanto, o que existe hoje na sociedade brasileira é uma indignação clara em relação à corrupção, ao desgoverno e em especial à mentira.

Por isso, vamos acompanhar com lupa as investigações em relação ao senhor Vacari, vamos estar permanentemente reunidos a partir de agora e, amanhã, a partir de uma iniciativa do PPS através dos deputados Jungman e Roberto Freire, os partidos de oposição estarão buscando se encontrar com o ministro Teori para, com base em jurisprudência do próprio Supremo Tribunal Federal que, por duas vezes, já decidiu nesta direção, as oposições, em razão das citações nos depoimentos da delação premiada, vão pedir que se abra investigação em relação à presidente da República.

Sobre presidente Dilma.

As investigações é que vão demonstrar isso e temos que estimular e garantir liberdade absoluta para essas investigações. Não há ninguém imune a qualquer tipo de investigação. Repito: lamentavelmente, nem a presidente da República e nem o seu governo compreendeu a dimensão do que está acontecendo no Brasil. A presidente dá uma entrevista no dia de ontem e fala que errou no FIES, quem dera fosse isso! Quem dera o grande problema do Brasil fosse o equívoco do governo em relação ao FIES. Isso, nós sabemos que não é verdade. Ela, por exemplo, não deu uma palavra em relação à denúncia envolvendo o tesoureiro do seu partido. Repito à presidente da República a indagação que fiz durante a campanha eleitoral. Eu perguntei a ela: a senhora confia no tesoureiro do seu partido. Ela dizia que sim. Será que ainda continua confiando.

Sobre pedido das oposições ao ministro Teori, amanhã.

A proposta do Jungman que, com base em uma Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que não impede a investigação de presidente da República por fatos não relacionados com seu governo, com seu mandato, vão pedir que ela seja investigada.

 

Em nome do PPS ou dos partidos de oposição?

Em nome de todos os partidos de oposição.”

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