Parlatório

Reprovação do governo chega a 64%, diz CNI/Ibope

Apenas 12% aprovam o mandato da petista, pior patamar desde os 16% de FHC em 1999

Dilma Rousseff durante a posse de Edinho Silva, novo ministro da Secom, na terça-feira 31. Ela é mal avaliada até por seus eleitores
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Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizada pelo Ibope mostrou o quadro negativo da percepção popular a respeito do novo governo Dilma Rousseff e também a da própria petista.

Segundo os dados do levantamento, a avaliação positiva do governo Dilma está em 12%, 28 pontos percentuais abaixo do patamar de dezembro, enquanto a negativa disparou para 64%, 37 pontos acima da verificada em dezembro. Os 12% são o número mais baixo da série histórica do Ibope, e aparecem logo em seguida dos 16% que Fernando Henrique Cardoso (PSDB) teve em junho e julho de 1999, quando a população começou a sentir os efeitos da desvalorização do real – o tucano prometeu que ela não ocorreria durante sua campanha à reeleição, o que não se provou verdade.

A queda da popularidade de Dilma foi acentuada nos grupos em que ela costumava ser melhor avaliada. Entre os eleitores com até a quarta série do Ensino Fundamental, a avaliação do governo foi de 53% em dezembro para 18% agora; entre os jovens de 25 a 34 anos, foi de 36% para 8%. Entre seus próprios eleitores, Dilma está com a imagem arranhada: em dezembro, 80% das pessoas que votaram nela diziam aprovar sua forma de governar, mas agora são 34%; 63% avaliavam seu governo como bom ou ótimo e agora só 22% têm essa opinião.

O julgamento da forma de governar de Dilma também pendeu para o lado negativo nos últimos três meses: em dezembro, 52% diziam aprovar a atuação de Dilma, mas agora são 19%. Os que desaprovavam a petista eram 41% e agora são 78%.

A percepção negativa a respeito de Dilma aparece também na avaliação de áreas específicas do governo. Nos nove temas pesquisados pelo Ibope, houve aumento na percepção negativa da atuação do governo, sendo que as piores avaliações estão em impostos (90% reprovam Dilma neste quesito), taxa de juros (89%), saúde (84%) e combate à inflação (81%). O quesito com melhor avaliação é o combate à fome e à pobreza (33%).

Além da área econômica, a pesquisa indica que outros dois fatores estão prejudicando a imagem de Dilma Rousseff. Um deles é a Operação Lava Jato, citada por 28% dos entrevistados como lembrança recente do noticiário. Ao mesmo tempo, 40% das pessoas citaram alguma das recentes manifestações populares, que, como regra, tiveram Dilma como alvo.

Diante deste quadro, o levantamento mostra que despencou também a confiança em Dilma Rousseff. Em dezembro, 51% dos entrevistados diziam confiar na petista, mas agora são apenas 24%. No sentido contrário, a porcentagem de pessoas que dizem não confiar na presidenta foi de 44% para 74%. Apenas 14% dos entrevistados acreditam que o resto do governo Dilma será ótimo ou bom. Para 55%, será ruim ou péssimo.

A pesquisa ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios entre 21 e 25 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

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