A Semana: Cerco à República de Curitiba

O CNJ determina uma auditoria na 13ª Vara Federal e no TRF-4

Imagem: Sylvio Sirlange/TRF4

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O corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, determinou na terça-feira 30 uma correição extraordinária na Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região e na 13ª Vara de Curitiba, comandada até a semana passada pelo juiz Eduardo Appio. Acusado de aplicar um trote no filho do desembargador Marcelo Malucelli, revisor dos casos da Lava Jato, Appio foi afastado sumariamente de suas funções por decisão da Corte Especial Administrativa do TRF-4, sem ter chance de apresentar sua defesa.

No estranhíssimo telefonema, um homem identifica-se como servidor da área da saúde da Justiça Federal e parece querer confirmar a identidade de João Eduardo Malucelli, sócio de Sergio e Rosângela Moro em um escritório de advocacia, além de namorar a filha do casal. Ao término da ligação, o interlocutor pergunta se o filho do desembargador “tem certeza de que não está fazendo nada de errado”, o que foi interpretado pelo advogado como “ameaça”. Bastou a Polícia Federal indicar que “muito provavelmente” a voz é de Appio, como se não fosse possível manipular áudios por meio de softwares de inteligência artificial, para o TRF-4 determinar o afastamento cautelar do magistrado, oferecendo o exíguo prazo de 15 dias para Appio apresentar defesa.

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1 comentário

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 4 de junho de 2023 04h23
Lava Jato/ Cerco à República de Curitiba O CNJ precisa realizar uma investigação exeuriente neste tribunal federal do sul do país o TRF-4. Denúncias indicam que Moro e cia estavam chantageando alguns desembargadores de lá com uma tal “fest da cueca”. Com decisões extremamente teratológicas contra o juiz natural da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio que diante de uma suspeita de ligação telefônica para o advogado sócio de Rosângela Moro e genro de Sérgio Moro em que policiais fizeram ilações de ser a voz do magistrado Appio, mas não tomaram nenhuma medida contra as arbitrariedades de Sérgio Moro quando juiz. Um total escárnio dentro do judiciário brasileiro. Esse tribunal tem culpa no cartório e como tem.

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