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Verve e eloquência

Ao lado de Brizola, Maria da Conceição Tavares formou a maior dupla de oradores das últimas décadas

Os meios de comunicação enviaram a economista para a Sibéria, mas ela escapou – Imagem: Marcelo Carnaval
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A comoção provocada pela morte de ­Maria da Conceição Tavares é mais uma demonstração da força incontrastável da sua personalidade vulcânica. Ela impressionava não só pelo seu conhecimento e inteligência, mas também – e nisso era insuperável – pela verve e eloquência.

O Brasil teve dois grandes oradores nas décadas recentes – ela e Leonel ­Brizola. Quando Conceição tomava a palavra e, especialmente, quando conseguia conter um pouco seus rompantes, ela brilhava intensamente e deixava marcas inesquecíveis. Ainda me lembro dela num evento em Buenos Aires, nos anos 1980, irritada com o radicalismo dos argentinos, exclamando: “Vocês são uns românticos alemães!”, para depois desenvolver toda uma argumentação em favor da moderação e do equilíbrio. Observação agudamente perspicaz a dela. Quem conhece a Argentina e o romantismo alemão há de concordar que existe, sim, um parentesco que ajuda a entender a atração pelo abismo dos nossos queridos vizinhos.

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