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8 de Janeiro: ‘Nenhum ato acontece sem mentor’, diz nº 2 da PGR

O relatório da CPMI sobre os atos golpistas, aprovado em outubro, recomendou o indiciamento de Jair Bolsonaro

A vice-PGR Ana Borges Coelho. Foto: Carlos Moura/SCO/STF
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A vice-procuradora-geral da República, Ana Borges, afirmou nesta quarta-feira 8 que os atos golpistas de 8 de Janeiro não representaram um fato isolado, mas a “eclosão de acontecimentos anteriores”.

“Nenhum ato acontece sem mentor”, disse a número 2 da PGR em entrevista ao G1. Ela assumiu o posto no fim de setembro, quando Augusto Aras deixou o comando do Ministério Público Federal e foi substituído interinamente por Elizeta Ramos.

Borges declarou que se surgirem indícios de autoria e materalidade contra Jair Bolsonaro (PL), ele será “denunciado como qualquer cidadão que praticar um crime”. Ela reforçou que o ex-presidente não tem imunidade ou isenção.

“Agora, ele não vai ser perseguido, porque a história do Brasil já mostrou que o Ministério Público não pode escolher alvos”, ponderou. “O Brasil já teve essa história e tem que aprender suas lições.”

O relatório da CPMI do 8 de Janeiro, aprovado em outubro, recomendou o indiciamento de Bolsonaro, apontado como o principal responsável pelos atos golpistas.

“Os fatos aqui relatados demonstram, exaustivamente, que Jair Messias Bolsonaro, então ocupante do cargo de presidente da República, foi autor, seja intelectual, seja moral, dos ataques perpetrados contra as instituições, que culminou no dia 8 de Janeiro”, diz o texto.

A comissão defende que Bolsonaro seja indiciado pelos seguintes crimes: associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Uma eventual denúncia, porém, cabe ao MPF.

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