‘A população não deve temer a vacina, mas a doença’, diz sociedade de pediatria em dia de ataques de Bolsonaro

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Menina recebe vacina em Paris. Foto: GEOFFROY VAN DER HASSELT/AFP

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A Sociedade Brasileira de Pediatria emitiu uma nota, nesta quinta-feira 6, em que repudia declarações de ataque à vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. Segundo a entidade, “a população não deve temer a vacina, mas a doença que ela busca prevenir, bem como suas complicações, como a Covid longa e a Síndrome Inflamatória Multissistêmica”.

Os especialistas da SBP reforçam ainda que “a vacina previne a morte, a dor, sofrimento, emergências e internação em todas as faixas etárias”.

“Negar este benefício às crianças sem evidências científicas sólidas, bem como desestimular a adesão dos pais e dos responsáveis à imunização dos seus filhos, é um ato lamentável e irresponsável, que, infelizmente, pode custar vidas”, completa o texto.

A quinta-feira foi marcada por uma nova ofensiva do presidente Jair Bolsonaro contra a imunização de crianças. Em entrevista à TV Nordeste, ele afirmou que “a Anvisa, lamentavelmente, aprovou a vacina para crianças entre 5 e 11 anos”.

Horas depois, em transmissão nas redes sociais, tentou desestimular a campanha de imunização e elevou o tom dos ataques contra a agência. “A Anvisa virou um outro Poder no Brasil, é a dona da verdade em tudo. Inclusive já se fala na dose de reforço para crianças de 5 a 11 anos”, reclamou.

Como explicou a CartaCapital o médico infectologista Marcos Boulos, “não há previsão alguma de reações graves associadas à aplicação da vacina em crianças”.


“As crianças recebem vacinas há muito tempo, desde o nascimento, e estamos diante de mais uma [vacina] de baixíssima toxicidade, que pode causar apenas sintomas brandos, como algum desconforto local, febre ou dor no corpo, exatamente como nos adultos – e que passa”, afirmou o especialista.

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