Aliança entre Haddad, França e Alckmin é possível – e a bola está no campo do tucano

Proposta, apresentada há mais de dois meses, pode ter impacto no pleito presidencial, mas depende de recuos

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Foto: Ricardo Stuckert

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Está em discussão a possibilidade de uma aliança entre Fernando Haddad (PT), Márcio França (PSB) e Geraldo Alckmin (PSDB) em 2022. A informação foi divulgada pela jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, e confirmada por CartaCapital. A chance, porém, não está próxima de se concretizar.

A ideia foi apresentada há mais de dois meses, no ABC Paulista. Um dos cenários possíveis teria Haddad como candidato ao governo de São Paulo, com França na condição de vice. Alckmin disputaria o Senado. Outras configurações não estão descartadas.

O primeiro obstáculo a uma chapa encabeçada por Haddad é o fato de que França e Alckmin já sinalizaram o interesse de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes no ano que vem. Dois dos envolvidos, portanto, teriam de ceder.

A proposta poderia impactar, também, o xadrez da eleição presidencial. A avaliação é de que as adesões do pessebista e do tucano a uma chapa com o PT em São Paulo impulsionariam a candidatura de Lula.

A impressão de parte do PSB é de que o endosso de lideranças de esquerda à candidatura de Lula não proporcionaria grande quantidade de novos votos — os eleitores de figuras como Guilherme Boulos (PSOL) e Flávio Dino (PSB) já tendem a votar no petista. Uma aliança entre Alckmin, França e o PT no maior colégio eleitoral do País poderia tornar o cenário mais favorável ao ex-presidente.

Para que a negociação avance, porém, é preciso que Alckmin se decida. Ele está em vias de deixar o PSDB, em meio ao avanço de João Doria e da pressão pelo lançamento de Rodrigo Garcia, vice-governador, como candidato tucano em São Paulo. O PSD de Gilberto Kassab é tido como seu destino mais provável, mas PSB e até o recém-criado União Brasil não estão fora do radar.


 

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