Após negativa do Ministério da Justiça, CPMI faz novo pedido de imagens do 8 de Janeiro; STF pode ser acionado

Pasta comandada por Flávio Dino tem prazo de 48 horas para liberar as imagens das câmeras de segurança ou parlamentares irão acionar a Suprema Corte

Primeira reunião da CPMI do 8 de Janeiro no Senado Federal. Foto: Pedro França/Agência Senado

Apoie Siga-nos no

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga os atos golpistas do 8 de Janeiro enviará novo ofício ao Ministério da Justiça reiterando o pedido de acesso às imagens do circuito interno de segurança da pasta no dia das invasões às sedes dos Três Poderes. 

Segundo decisão do presidente do colegiado, Arthur Maia (União), o ministro Flávio Dino deverá remeter as gravações no prazo de 48 horas. Caso não seja respondido o ofício, o parlamentar informa que o Supremo Tribunal Federal poderá ser acionado para determinar o compartilhamento. 

Em um primeiro ofício pedindo as gravações, Dino negou o envio e alegou que as imagens fazem parte de um inquérito sobre os fatos, que tramita em segredo de Justiça. 

“Esta decisão administrativa visa preservar a autoridade do Poder Judiciário no que se refere ao compartilhamento de provas constantes de Inquéritos com eventuais diligências em curso”, disse o Ministério.

Como alternativa para a obtenção das imagens, Dino sugeriu que a Comissão pedisse as gravações o diretor da Polícia Federal, que comanda o inquérito.

Senadores e deputados, durante a deliberação da nova solicitação, destacaram por diversas vezes que a CPMI tem ‘poder de polícia’ e poderia determinar buscas no Ministério da Justiça. As declarações foram recados claros a Dino e partiram, inclusive, de governistas, como o senador Omar Aziz (PSD).


Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Relacionadas

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.