CartaExpressa
Barrado em janeiro por nepotismo, cunhado de Tarcísio ganha cargo em agência de fomento do estado
Logo no início do mandato, o ex-ministro tentou alocar o cunhado como assessor no seu gabinete, mas foi impedido por súmula do STF; agora o governo alega não ver irregularidades na nova função
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/09/cunhado-tarcísio.jpg)
O militar da reserva Maurício Pozzobon Martins, que é cunhado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é o mais novo membro da Desenvolve SP, agência de fomento do governo paulista. Pelo posto, ele receberá salários de 14,5 mil reais.
A nomeação foi publicada no Diário Oficial do mês passado, mas sua aprovação para compor o comitê de auditoria da agência ocorreu em maio, conforme mostrou o site Metrópoles, responsável pela revelação do caso.
Em janeiro deste ano, Pozzobon, que é casado com a irmã da esposa de Tarcísio, chegou a ser nomeado assessor especial do governador. A nomeação, no entanto, durou menos de 24 horas, já que esbarrou em uma súmula do Supremo Tribunal Federal sobre nepotismo.
Sobre a nova ocupação de Pozzobon no governo, a gestão de Tarcísio, em nota encaminhado ao site UOL, disse não ver irregularidades por ter seguido o regimento de eleição interna da agência de fomento.
“Sua posse foi autorizada pelo Banco Central e está em acordo com a legislação vigente. Martins não exerce cargo, função ou emprego em órgão da administração pública direta ou indireta”, diz um trecho do comunicado.
O cunhado de Tarcísio, vale lembrar, entrou para a reserva em 2019, quando assumiu um posto na Infraero, ligado ao Ministério da Infraestrutura, que estava sob o comando de Tarcísio. Depois, o militar atuou na campanha do ex-ministro para o governo de SP.
Cabe ainda citar que Pozzobon é o dono do apartamento de São José dos Campos usado como endereço por Tarcísio para mudar seu título de eleitor para São Paulo. A manobra permitiu que o carioca pudesse concorrer pelo estado.
Relacionadas
CartaExpressa
Moraes cassa decisão e manda CNJ investigar juiz que condenou a União por ‘erro’ do STF
Por CartaCapitalCartaExpressa
Sâmia Bomfim apresenta projeto para que delegacias especializadas em crimes raciais funcionem 24h
Por Wendal CarmoCartaExpressa
Moraes dá duas horas para redes sociais excluírem novos perfis de Monark
Por CartaCapitalApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.