Bolsonaro se encontrava todos os dias com ‘gabinete paralelo’, diz Renan Calheiros

Relator da CPI da Covid defende a convocação de Osmar Terra, um dos membros do comitê

O senador Renan Calheiros (MDB-AL). Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Apoie Siga-nos no

O relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou no domingo 30 que há provas de que o presidente Jair Bolsonaro se encontrava todos os dias com um comitê paralelo para discutir a crise do coronavírus no Brasil.

Em entrevista à Globonews, Calheiros afirmou que a comissão de investigação já tem o número de reuniões feitas pelo comitê informal com o presidente.

Esse “gabinete” teria indicado as diretrizes para o enfrentamento da pandemia, entre as quais a adoção do chamado tratamento precoce – comprovadamente ineficaz – da Covid. A existência desse comitê foi denunciada primeiro por Luiz Henrique Mandetta e posteriormente confirmada por Nelson Teich, ambos ex-ministros da Saúde.

“Acho que já temos muita coisa comprovada com relação à existência do ‘gabinete paralelo’. Já temos até o número de reuniões que eles tiveram. Estamos com vários integrantes dessa consultoria paralela, especialíssima, porque despachava todos os dias com o presidente da República”, disse Renan

O senador defendeu a convocação do médico e deputado Osmar Terra (MDB-RS), considerado por membros da CPI como “peça-chave” deste gabinete.

“Ele é deputado, exerce mandato pelo MDB, o meu partido, mas eu sou uma das pessoas que defendem sua convocação, porque ele funcionou o tempo todo como uma espécie de alter ego do governo e como alguém que iria ocupar o ministério da Saúde exatamente para fazer tudo aquilo que o presidente da República imaginava fazer”, afirmou o senador.


 

Estudo paralelo

Calheiros contou na entrevista que a CPI encomendou um estudo independente para avaliar quantas mortes seriam evitadas caso o Brasil tivesse agido contra o avanço da Covid-19

“A CPI encomendou um estudo ao Movimento Alerta, que é um movimento composto por entidades respeitadas na vida nacional, que irão, provavelmente, no dia 24 à CPI, apresentar esse estudo, um estudo criteriosos, quantificando quantas mortes poderiam ter sido evitadas, quantas vida spoderiam ter sido salvas”, declarou Renan.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Relacionadas

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.