CartaExpressa

‘Com relação a ele, outros falarão’, diz Renan sobre ‘silêncio’ de Pazuello

Para Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI, a oitiva do general não é o único meio para ‘elucidar a tragédia’

Renan Calheiros e Eduardo Pazuello. Fotos: Edilson Rodrigues/Agência Senado e Tomaz Silva/Agência Brasil
Apoie Siga-nos no

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, minimizou nesta sexta-feira 14 a decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo de Tribunal Federal, de autorizar o ministro da Saúde Eduardo Pazuello a ficar em silêncio em sua oitiva na comissão, diante de “perguntas que possam, por qualquer forma, incriminá-lo”.

Há, porém, uma ressalva relevante no despacho do ministro do STF: “No que concerne a indagações que não estejam diretamente relacionadas à sua pessoa, mas que envolvam fatos e condutas relativas a terceiros, não abrangidos pela proteção ora assentada, permanece a sua obrigação revelar, quanto a eles, tudo o que souber ou tiver ciência, podendo, no concernente a estes, ser instado a assumir o compromisso de dizer a verdade”.

Ante essa ponderação, Calheiros afirmou, nas redes sociais: “A decisão do ministro Lewandowski não atrapalha a investigação. Ela garante ao depoente que não se autoincrimine. E não é isso que queremos com Pazuello. Interrogatório bom não busca confissões. Quer acusações sobre terceiros. Com relação a ele, outros falarão”.

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que recebeu “com tranquilidade” a decisão.

“É assim que funciona a democracia. Mas esperamos que ele tenha ciência de que seu depoimento não é o único meio que buscaremos para elucidar essa tragédia que ocorre no país”, acrescentou Randolfe nas redes.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Relacionadas

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.