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Comissão Arns repudia ataque de deputado bolsonarista a Vera Magalhães

‘Liberdade de expressão não se confunde com liberdade de agressão’, afirma a entidade em nota; Conselho de Ética da Alesp deve abrir investigação contra o deputado

Foto: Reprodução
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A Comissão Arns de Defesa dos Direitos Humanos divulgou, nesta quarta-feira 14, uma nota de repúdio contra o ataque do deputado Douglas Garcia (Republicanos) à jornalista Vera Magalhães após o fim do debate dos candidatos ao governo de São Paulo na TV Cultura. 

Repetindo ofensas feitas à jornalista anteriormente pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), Garcia hostilizou a jornalista, que precisou ser escoltada na saída do Memorial na América Latina, onde ocorria a transmissão do debate. Parte da ação foi gravada pelo próprio deputado com o celular.

Em nota, a Comissão caracteriza a ação como repulsiva e de grande desacato. “É uma cafajestice programada para a divulgação intencional dessas ações intimidatórias pelas redes sociais”, afirmam, se referindo ao deputado. “Humilhando as jornalistas das formas mais virulentas, tentando silenciá-las e, ao mesmo tempo, buscando encobrir os verdadeiros pontos fracos dos seus agressores”.

A Comissão Arns aponta que a situação de Vera não representa um caso pontual, e relembra os casos de agressão a outras jornalistas mulheres, como Patrícia Campos Mello, Miriam Leitão e mais recentemente a repórter Amanda Klein

“Além do apoio e da solidariedade à Vera e às suas colegas, a Comissão Arns conclama que todas estas agressões sejam investigadas na sua integralidade”, afirma “Liberdade de expressão não se confunde com liberdade de agressão”. 

A nota leva a assinatura do presidente da Comissão, José Carlos Dias.

Alesp recebe denúncias

A presidente do Conselho de Ética da Alesp, Maria Lúcia Amary (PSDB), disse em entrevista ao jornal O Globo que já recebeu mais de 5 representações contra o deputado e que ele deve ser notificado da abertura de investigação na próxima segunda-feira 19.  

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