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‘Constrangedor’, diz Kakay sobre conclusões da polícia sobre o assassinato de Marcelo Arruda

Para jurista, o caso tem semelhanças de método com os processos da Lava Jato conduzidos em Curitiba: ‘Parece que estamos novamente às voltas com o Código de Processo Penal do Paraná’

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O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, criticou nesta sexta-feira 15 as conclusões da investigação conduzida pela Polícia Civil do Paraná que disse não ver motivações políticas no assassinato do petista Marcelo Arruda por um bolsonarista no fim de semana em Foz do Iguaçu.

A conclusão dos investigadores, diz, é ‘constrangedora’ e apressada, já que ocorre menos de uma semana após o crime. “É surpreendente a ‘competência técnica’ da polícia do Paraná. Um espanto! Uma investigação com uma velocidade supersônica”, ironizou.

“O resultado da investigação agora é constrangedor. Parece que estamos novamente às voltas com o Código de Processo Penal do Paraná”, acrescentou mais adiante sobre o caso. Para ele, a coletiva dos investigadores nesta sexta tem semelhanças metodológicas aos processos conduzidos pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

Segundo Kakay, não restam dúvidas de que a motivação para o crime no final de semana foi política, já que Jorge Guaranho, policial penal responsável pelos disparos, entrou no local aos gritos de ‘é Bolsonaro’ e ‘mito’. Vale lembrar que a decoração da festa de Arruda era formada por imagens do ex-presidente Lula e da estrela do PT.

“A motivação do crime no assassinato do Marcelo Arruda é obviamente política. A dificuldade de reconhecer o óbvio talvez esteja no passo seguinte. Quem é o responsável direto pela violência e pela criminalização da política e das relações entre os brasileiros?”, explica o jurista.

Ele ainda conclui, sobre o próprio questionamento, que tudo aponta para a responsabilidade de Jair Bolsonaro no crime. “[O responsável pelo crime] É, no fundo, a estrutura do governo fascista, com viés armamentista, do Presidente Bolsonaro. O que nos leva a uma posição inquestionável: o Presidente da República é o mentor e o responsável por esses crimes de ódio.”

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