Decisão da ONU sobre a parcialidade de Moro ‘lavou a alma de forma extraordinária’, diz Lula

O ex-presidente também se dirigiu a setores da imprensa e cobrou um 'pedido de desculpa'

Foto: Ricardo Stuckert

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O ex-presidente Lula celebrou nesta quinta-feira 28 a decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU de reconhecer a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro nos processos da Lava Jato contra o petista. Ele afirmou que a avaliação das Nações Unidas “lavou a alma de forma extraordinária”.

O colegiado também atestou que os direitos políticos de Lula foram feridos por ele ter sido impedido de disputar as eleições de 2018. Após abrir caminho para a retirada do petista do pleito daquele ano, Moro se tornou ministro da Justiça de Jair Bolsonaro.

A ONU anotou que “a conduta e outros atos públicos do então juiz Moro violaram o direito de Lula a ser julgado por um tribunal imparcial; e que as ações e declarações públicas do ex-juiz Moro e dos procuradores violaram o direito de Lula à presunção de inocência”.

Durante o evento em Brasília no qual a Rede Sustentabilidade formalizou o apoio à sua candidatura à Presidência, Lula comemorou a decisão da ONU e brincou sobre a solução “ideal” para reparar os danos provocados por Moro e pelos procuradores da Lava Jato.

“O ideal seria se desse para tirar o Bolsonaro e me colocar para presidir o País, mas no final de um mandato eu também não quero. Isso vai ficar para o povo. A outra coisa é pedir para a imprensa que disse que eu era ladrão por tanto tempo só um pedido de desculpas. Não precisa nem se culpar”, declarou o petista. “A Globo levou 30 anos para pedir desculpa por não cobrir a campanhas das Diretas. Só queria que falassem o seguinte: Lula, fomos enganados pelo Moro e pelo Dallagnol, então queremos pedir desculpa.”

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