Em meio a suspeitas de ‘vazamento’, Milei decide demitir ministro da Infraestrutura

Saída de Guillermo Ferraro, responsável pela pasta da Infraestrutura, seria motivada por desentendimentos com Nicolás Posse, um dos principais assessores de Milei

O presidente da Argentina, Javier Milei, no Fórum Econômico Mundial. Foto: Fabrice COFFRINI/AFP

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Há um mês em meio à frente da Casa Rosada, o presidente da Argentina, Javier Milei, decidiu demitir, pela primeira vez, um ministro do seu novo governo. Segundo informações divulgadas na noite da última quinta-feira 25 pelo jornal Clarín, Guillermo Ferraro, ministro da Infraestrutura, não fará mais parte do governo.

A demissão ainda não foi confirmada pelo mandatário da Argentina. Entretanto, segundo a imprensa argentina, a demissão tem a ver com o vazamento dos termos de uma reunião realizada entre Milei e governadores do país, na qual o presidente do país teria criticado os chefes das províncias, prometendo deixá-los “sem nenhum peso [a moeda argentina]”. 

Ainda de acordo com o Clarín, a demissão também tem como motivo uma série de desentendimentos entre Ferraro e o chefe de Gabinete da presidência, Nicolás Posse

Um dos funcionários mais próximos de Milei, Posse vinha questionando Ferraro por não promover nomeações importantes para a pasta da Infraestrutura. Ainda não foi definido quem seria o próximo responsável pela pasta.

Assim que chegou à presidência da Argentina, no dia 10 de dezembro do ano passado, Milei enxugou a estrutura ministerial. Atualmente, são nove ministérios no país. Entre eles, está o da Infraestrutura, que abarca setores como Obras Públicas, Energia, Transporte e Comunicações.


O tema das obras públicas vem sendo um dos principais eixos do novo governo argentino. Desde o início do mandato, Milei promete rever contratos de obras públicas e interromper o financiamento estatal para obras dessa natureza.

Desde que a notícia da eventual demissão de Ferraro começou a circular na imprensa argentina, uma das hipóteses que começaram a ser construídas é a de que a pasta poderia ser desmembrada em secretarias.

Nos últimos anos, Guillermo Ferraro trabalhou na empresa de serviços KMPG. Ele era responsável pelo setor de Infraestrutura e Governo na Argentina.

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