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Entidades estudantis pedem a saída de Milton Ribeiro do MEC
UNE, UBES e ANPG cravam que ministro perdeu as condições de permanecer no cargo após vazamento de áudio que indica favorecimento a pastores
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2021/03/miltonribeiro.jpg)
Após o vazamento de um áudio que indica a atuação de um gabinete paralelo dentro do Ministério da Educação, entidades que representam estudantes secundaristas e de nível superior pedem a saída de Milton Ribeiro do cargo.
Em nota, a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) classificaram como ‘estarrecedora’ a gravação em que o ministro Milton Ribeiro admite beneficiar amigos de determinados pastores na liberação de verbas públicas do MEC, atendendo ordem direta do presidente da República.
As instituições afirmam que o MEC se configura como um ‘grande balcão de negócios’ a serviço de esquemas eleitorais do presidente.
“Trata-se do funcionamento de um gabinete paralelo, funcionando às margens da legalidade e sob critérios políticos e ideológicos nada republicanos. No momento em que vivemos a maior crise da educação brasileira, quando milhares de jovens evadem das escolas e universidades e pós-graduandos padecem com 9 anos de bolsas congeladas, realidade que exigiria do Ministro um grande esforço para reverter esse cenário, vimos o ministério ser transformado num grande balcão de negócios a céu aberto para alimentar esquemas eleitorais do presidente“, grafam.
As instituições repudiam o que chamam de ‘negociata’, cobram transparência e pedem a saída de Milton Ribeiro do Ministério da Educação.
“Se antes, por não lutar por avanços na educação brasileira, já não reunia condições de seguir à frente do MEC, diante deste escândalo, o ministro perdeu todas as condições de permanecer no cargo. É imperioso que o Congresso Nacional, em sua atividade de fiscalização do Executivo, e o Ministério Público Federal e autoridades judiciárias tomem providências para cessar esse descalabro”.
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