Estatuto do Novo, provável destino de Deltan, veda a filiação de ficha suja

A filiação deve ocorrer menos de cinco meses depois de Dallagnol ter seu mandato de deputado cassado por decisão unânime do TSE

O ex-deputado federal Deltan Dallagnol. Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Apoie Siga-nos no

O ex-procurador Deltan Dallagnol deve deixar o Podemos e se filiar ao Novo no próximo sábado 30, menos de cinco meses depois de ter seu mandato de deputado federal cassado por decisão unânime do Tribunal Superior Eleitoral.

Há, no entanto, dúvidas sobre a necessidade de mudar o estatuto do novo partido a fim de receber o ex-chefe da Lava Jato. Segundo o artigo 4º do documento, “poderá ser admitido como filiado do Novo todo brasileiro eleitor no pleno gozo dos direitos políticos”.

Segundo a tese vencedora no TSE, uma “manobra” de Deltan para deixar o Ministério Público Federal e se candidatar à Câmara “impediu que os 15 procedimentos administrativos em trâmite no CNMP em seu desfavor viessem a gerar processos administrativos disciplinares, que poderiam ensejar pena de aposentadoria compulsória ou perda do cargo”.

Diante de uma condenação por um ato de 2021, a avaliação de especialistas é que Deltan só voltaria a se tornar elegível em 2029, conforme a Lei da Ficha Limpa.

Já o artigo 5º do estatuto partidário diz que o Novo não aceitará a filiação de um requerente condenado por sentença transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado por violação “à legislação eleitoral, especialmente quando relacionada ao abuso de poder político e econômico”.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Relacionadas

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.