Ex-diretor da PF presta depoimento sobre mapeamento de eleitores no 2º turno

Segundo o ex-ministro Anderson Torres, o boletim de inteligência teria partido de seus subordinados

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-diretor da PF Márcio Nunes (à direita) - Marcelo Camargo/Agência Brasil

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O ex-diretor-geral da Polícia Federal Márcio Nunes prestou depoimento à corporação nesta quinta-feira 11 no âmbito da investigação sobre as operações da Polícia Rodoviária Federal no Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022. A oitiva aconteceu em Brasília.

Nunes entrou na mira em meio à polêmica produção do mapeamento dos eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Jair Bolsonaro (PL), então candidatos à Presidência da República.

Durante depoimento, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres afirmou que sua viagem à Bahia seis dias antes do segundo turno foi iniciativa do então diretor-geral da PF, que o convidou para a inauguração da Superintendência da corporação no estado. Ainda segundo o ex-ministro, o boletim de inteligência sobre os eleitores teria partido de seus subordinados.

No entanto, Marília Alencar, ex-diretora de Inteligência da Secretaria de Operações Integradas, do Ministério da Justiça, sustenta que a produção do material foi solicitada por Torres.

Os investigadores acreditam que o boletim serviu de base para o ex-ministro intensificar a fiscalização em rodovias do Nordeste, a despeito de uma ordem contrária do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Entre 28 e 30 de outubro, a PRF abordou 2.185 ônibus no Nordeste, ante 571 no Sudeste.

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