Exército atuou para driblar votação do STF sobre controle de armas, aponta levantamento
A tentativa, porém, não obteve êxito porque o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, decidiu restabelecer a vigência das regras
Por CartaCapital 08.12.2021 11h47
Um levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz mostra que o Exército atuou para inviabilizar o julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a revogação de portarias que buscavam aumentar o controle e o rastreio de munições e armas de fogo.
Documentos mostram que, em dezembro de 2020, o Exército editou novas portarias para seguir com o controle sobre o armamento no País. O regulamento, no entanto, permaneceu na mesa do Comando da Força Armada até setembro de 2021, quase dez meses parado.
A norma só foi publicada um dia antes da votação no STF o que teria sido, na visão do instituto, uma tentativa de driblar e inviabilizar a análise.
A tentativa, porém, não obteve êxito porque o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, decidiu restabelecer a vigência das regras. Sua argumentação baseou-se no princípio da moralidade, impessoalidade e interesse público.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login