Germe do fascismo não foi Curitiba, mas a Lava Jato e seus juízes, diz Gilmar

Ao Roda Viva, o ministro do STF havia afirmado que 'Curitiba gerou Bolsonaro'

O ministro Gilmar Mendes e o senador Sergio Moro. Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil e Reprodução/Redes Sociais

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, usou as redes sociais nesta terça-feira 9 para detalhar suas críticas à Lava Jato durante entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, na segunda 8. No programa, ele ligou o modus operandi da operação à ascensão da extrema-direita no País. 

“Ontem, em entrevista ao Roda Viva, usei uma metonímia que merece explicitação. Jamais quis ofender o povo curitibano. Não foi Curitiba o gérmen do facismo; foi a assim chamada ‘República de Curitiba’ (Operação Lava-Jato e os juízes responsáveis por ela na capital paranaense)”, escreveu Gilmar.

À Cultura, ele afirmou que “Curitiba gerou Bolsonaro” e que “Curitiba tem o germe do fascismo”.

“Inclusive todas as práticas que desenvolvem. Investigações a sorrelfa e atípicas. Não precisa dizer mais nada. Não é por acaso que os procuradores dizem, por uma falta de cultura, que aplicaram o Código Processual Russo.”

Aliados desde o início da operação, o senador e ex-juiz Sergio Moro (União-PR) e o deputado e ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR) reagiram a Gilmar.

“Não tenho a mesma obsessão por Gilmar Mendes que ele tem por mim. Combati a corrupção e prendi criminosos que saquearam a democracia. Não são muitos que podem dizer o mesmo neste país”, escreveu Moro. Dallagnol, por sua vez, anotou: “Enquanto procura falhas na Lava Jato, o ministro tenta coar agulhas, mas engole camelos, votando sistematicamente em favor da absolvição e anulação de sentenças de corruptos, contra os votos técnicos de ministros como Edson Fachin”.


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