O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania divulgou uma nota, nesta quarta-feira 25, em que critica a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por “mentiras e omissões” em relação ao povo Yanomami.
A pasta, chefiada pelo jurista Silvio Almeida, afirma que as ações do antigo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, à época comandado pela pastora evangélica Damares Alves, “nunca foram suficientes ou adequadas para o atendimento dos povos indígenas e comunidades tradicionais”, especialmente na pandemia.
Segundo o Ministério, a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos registrou “diversas denúncias” sobre violações de direitos humanos dos povos indígenas, entre 2019 e 2022, mas o governo Bolsonaro minimizou a situação.
“Mesmo diante de tamanha calamidade, o governo brasileiro sob a gestão anterior vergonhosamente negou a gravidade dos fatos e fechou os olhos para a tragédia que já se anunciava e que agora causa tamanha consternação”, diz o texto.
A pasta também acusa os representantes do governo anterior de disseminar informações falsas ao responsabilizarem o isolamento social pelas mortes das crianças e das pessoas idosas das comunidades indígenas.
Nesta semana, a Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar crimes de genocídio e omissão de socorro em relação aos povos indígenas. Segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, houve estímulo político à prática de crimes, e autoridades do governo anterior podem ser chamadas a prestar esclarecimentos.
No domingo 22, Bolsonaro chamou a crise humanitária do povo Yanomami de “farsa da esquerda”. Já a ex-ministra e hoje senadora Damares Alves criticou as medidas sanitárias contra a Covid-19 e disse que “a desnutrição entre crianças indígenas é um dilema histórico e foi agravada pelo isolamento imposto pela pandemia”.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login