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Haddad afirma que Bolsonaro pediu à transição a retirada de 2,5 milhões pessoas do Auxílio Brasil

As suspeitas de irregularidades no cadastro de beneficiários é investigada pelo TCU, que encontrou indícios de uso eleitoral do programa social

O candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT). Foto: Reprodução
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Futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) afirmou nesta quarta-feira 14 que o governo de Jair Bolsonaro (PL) teria pedido à equipe de transição, por meio de um ofício, a retirada de cerca de 2.5 milhões de pessoas do Auxílio Brasil por estarem no programa social de forma irregular.

Haddad, porém, não citou o órgão que pediu a exclusão dos beneficiários nem se o pedido será efetivado pelo novo governo. A declaração foi dada em entrevista à GloboNews.

“O programa do Auxílio Brasil não foi feito para combater a fome. Foi feito para maximizar o número de votos. Então, tem uma pessoa recebendo o mesmo auxílio que uma família de cinco pessoas. São milhões”, declarou.

“Agora nós recebemos um ofício do próprio governo mandando retirar do cadastro 2,5 milhões de brasileiros. Por que foram incluídos se não se adequaram aos parâmetros da lei? É quase um crime confessado”, disse.

As suspeitas de irregularidades no cadastro de beneficiários do Auxílio Brasil já haviam sido identificados pelo Tribunal de Contas da União e pela própria equipe de transição. Um parecer da área técnica da Corte de Contas, cujo teor foi revelado pelo jornal O Globo, aponta pagamentos indevidos na inclusão de 3,5 milhões de famílias em agosto, sob o pretexto de zerar a fila, mas que tinha o objetivo de impulsionar a campanha de Bolsonaro à reeleição. 

Entre as ações propostas a Lula pelo grupo temático que atuou na área social da transição está a revisão do cadastro de cerca de 4,9 milhões de beneficiários. O objetivo é identificar eventuais irregularidades na declaração e evitar “injustiças”.

Procurados pela reportagem, os Ministérios da Economia e da Cidadania ainda não se manifestaram.

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