CartaExpressa

‘Hoje é impossível ter dois Estados’, diz professor sobre conflito entre Israel e Palestina

Para Reginaldo Nasser, a proposta é ‘pior em termos realistas’ do que a sugestão de um Estado e dois povos

Manifestação em apoio aos palestinos em Toronto, no Canadá, em 9 de outubro de 2023. Foto: Cole Burston/AFP
Apoie Siga-nos no

Imaginar que haverá um acordo no Oriente Médio a viabilizar a coexistência do Estado de Israel e de um Estado da Palestina não é plausível, afirmou o professor de relações internacionais da PUC-SP Reginaldo Nasser, em entrevista a CartaCapital nesta segunda-feira 9.

No terceiro dia após uma ofensiva sem precedentes do Hamas contra áreas do território israelense, o total de mortes no conflito se aproxima de 1,6 mil, segundo a contagem mais atualizada.

Hoje é impossível ter dois Estados. Antes, diziam que um Estado e dois povos seria a coisa mais irrealista. Hoje é o contrário. Até pessoas do mainstream norte-americano escrevem que um Estado é o mais real, um Estado e dois povos”, avalia Nasser. “Quem vai tirar os colonos da Cisjordânia? Se for, é guerra civil, porque Israel vai dividir. Se já está dividido pelos protestos sobre a Suprema Corte, imagine tirar colonos da Cisjordânia. Hoje em dia é completamente inviável.”

“E o que vão fazer com Gaza? Vão tirar as cercas? Vai ter um processo de desenvolvimento de Gaza? De jeito nenhum. Dois Estados, hoje, é uma proposta pior em termos realistas do que um Estado. Ficou para trás essa ideia.”

Segundo o professor, a Autoridade Palestina continua a defender a solução de dois Estados, mas povo palestino não “quer mais ouvir isso, foi uma enganação”.

Assista à íntegra da entrevista:

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Relacionadas

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.