Entrevistado nesta segunda-feira 22 pelo Jornal Nacional, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi instado a dizer se vai (ou não) respeitar o resultado as eleições presidenciais.
Questionado por William Bonner se, diante da constatação de que as eleições brasileiras são limpas e auditadas, Bolsonaro respeitaria o resultado das urnas, o ex-capitão sibilou. Prometeu acatar o resultado ‘desde que eleições sejam limpas e transparentes’ e, visivelmente incomodado, pediu que William Bonner colocasse um ‘ponto final’ no assunto.
A primeira parte da entrevista, que tem 40 minutos de duração, tratou das frequentes ofensas e ameaças de Bolsonaro a ministros do STF e à própria Corte. Além de não ter dito explicitamente que respeitaria o resultado das urnas, Bolsonaro se disse ‘perseguido’ pelo ministro Alexandre de Moraes (“Quem vem sendo perseguido por um ministro sou eu, inquérito ilegal”) e minimizou as manifestações antidemocráticas de apoiadores (“Não vejo nada demais. Querer punir alguém por ter levantado uma faixinha no meio da multidão.”)
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
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