Juscelino Filho será afastado do governo se Justiça aceitar denúncia da PF, diz Lula

Segundo o presidente, o próprio ministro tende a pedir demissão caso a solicitação da PF, que o acusa de desvios de verbas, avance no STF ou na PGR

Foto: Reprodução

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O presidente Lula (PT) afirmou, nesta quarta-feira 26, que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, será afastado do cargo caso a Justiça aceita o pedido de indiciamento feito pelo Polícia Federal (PF). A declaração foi dada em entrevista ao site UOL.

Segundo o petista, o próprio ministro tende a colocar seu cargo a disposição caso a denúncia avance no Supremo Tribunal Federal (STF) ou na Procuradoria-Geral da República (PGR). Ainda que não o faça, garante Lula, o ministro será afastado.

Juscelino, vale lembrar, é acusado pela PF de ter liderado um esquema de desvios de verbas públicas no Maranhão enquanto ainda era deputado federal.

“Veja, é um pedido de indiciamento da PF… um pedido. Então, esse pedido tem que ser aceito pelo Alexandre de Moraes [STF] ou pelo procurador-geral da República [Paulo Gonet]. E ele não foi aceito por nenhum, ainda”, justificou Lula sobre manter o ministro na equipe.

“Agora, eu disse para o Juscelino: ‘a verdade só você sabe’. E disse também: ‘é o seguinte, se o procurador indiciar você, você sabe que tenho que mudar de posição’. Enquanto não houver indiciamento, continua como ministro”, afirmou, novamente, o presidente.

Segundo Lula, o ministro das Comunicações teria ficado ‘agradecido’ com a posição adotada pelo petista no caso.


“Ele ficou agradecido de eu dizer que todo mundo é inocente até que se prove o contrário”, contou.

“Eu afastei o Walfrido que era um dos grandes companheiros meus quando ele foi indiciado. Todo mundo sabe que tem que ser assim. Acho que o próprio ministro deve tomar a iniciativa e dizer ‘presidente, vou deixar o seu governo em paz’“, emendou Lula, em seguida.

A pasta das Comunicações, diz ainda o presidente, tende a ficar com o União Brasil, partido responsável pela indicação do atual ministro. O martelo, no entanto, ainda não foi batido.

“Quando se apresentar o fato concreto eu vou me reunir com as pessoas do União Brasil e vou saber se eles querem continuar ou não querem continuar”, afirmou. “É muito simples assim”.

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