CartaExpressa
Justiça do Rio arquiva inquérito que apurava racismo contra jovem negro no Leblon
Matheus Ribeiro foi acusado pelo casal Mariana Spinelli e Tomás Oliveira de furtar uma bicicleta elétrica
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2021/06/matheus_ribeiro.jpg)
A Justiça do Rio de Janeiro decidiu arquivar o inquérito que apurava suposta calúnia cometida contra o instrutor de surfe Matheus Ribeiro, no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro. Na ocasião, Ribeiro acusou o casal Mariana Spinelli e Tomás Oliveira de cometer racismo ao acusá-lo de furtar uma bicicleta. Ele foi abordado pela dupla em frente ao Shopping Leblon e acusado de estar com uma bicicleta idêntica à que teria sido furtada. O veículo, no entanto, era de Matheus.
Ao decidir pelo arquivamento, o juiz Rudi Baldi Loewenkron, da 16 ª Vara Criminal, acatou o requerimento da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da Zona Sul e da Barra da Tijuca, feito por Lenita Machado Tedesco.
“Não se olvida a possibilidade de descuido por parte dos indiciados na abordagem de Matheus. Porém, como bem colocou o Ministério Público, faltou o elemento constitutivo do tipo falsamente para configuração de calúnia, vez que a semelhança da bicicleta, do cadeado, o local e o lapso temporal entre os eventos levaram os indiciados a acreditar que poderiam estar diante da bicicleta de sua propriedade”, destacou o juiz em despacho publicado na terça-feira 3.
“O crime de calúnia só se dá a partir do dolo, que ora não se vislumbra para configuração do crime imputado, o que, por certo, não afasta a possibilidade de responsabilidade civil pela acusação imprudente. Todavia, na seara criminal, o fato demonstra-se atípico, diante da ausência do tipo penal na modalidade culposa”, completa o juiz.
A decisão também corrobora o relatório final do inquérito instaurado pela delegada Natacha Alves de Oliveira, responsável pela 14ª DP (Leblon). A delegada também entendeu que o casal não cometeu crime.
A bicicleta do casal foi furtada por Igor Martins Pinheiro que foi flagrado por câmeras de segurança e preso preventivamente, no dia 16 de junho, por agentes da 14ª DP, em um prédio em Botafogo, também na Zona Sul.
Relacionadas
CartaExpressa
Chefe de gabinete pagava despesas pessoais de Carlos Bolsonaro, diz site
Por CartaCapitalCartaExpressa
STF anula atos de vara criminal e manda ações contra Paes por suposto caixa 2 para a Justiça Eleitoral
Por CartaCapitalCartaExpressa
Lula decide recriar a comissão que investiga mortes e desaparecimentos da ditadura
Por CartaCapitalCartaExpressa
Pré-candidato do PL é condenado a pagar R$ 7 mil a Gleisi por fake news
Por CartaCapitalApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.