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Leilão de arroz: Neri Geller nega ter pedido demissão do Ministério da Agricultura

O anúncio sobre o suposto pedido partiu do ministro Carlos Fávaro, nesta terça-feira 11

Neri Geller em audiência pública em dezembro de 2022. Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
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O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, afirmou a CartaCapital nesta terça-feira 11 não ter pedido demissão, ao contrário do que anunciou no início da tarde o ministro Carlos Fávaro.

Ao confirmar a decisão do governo de anular o leilão para compra de arroz importado, Fávaro disse ter sido comunicado por Geller sobre a saída.

Na ocasião, o ministro afirmou: “Não há nenhum fato que gere qualquer tipo de suspeita. Mas que de fato gerou um transtorno e, por isso, ele colocou hoje de manhã o cargo à disposição. Ele pediu demissão e eu aceitei“.

Além de negar ter pedido para deixar o cargo, Geller disse à reportagem não ter conversado com Fávaro após o anúncio sobre o leilão.

A se confirmar a saída do secretário – por decisão de Fávaro, não a pedido -, o motivo será uma suspeita de conflito de interesse.

O diretor de Abastecimento da Companhia Nacional de Abastecimento, Thiago dos Santos, é uma indicação de Geller. Além disso, a Foco Corretora de Grãos, uma das principais corretoras do leilão, é do empresário Robson Almeida de França, que foi assessor parlamentar de Geller na Câmara e sócio de Marcello Geller, filho do secretário.

Antes de anunciar a demissão, Fávaro compartilhou os argumentos do secretário em pronunciamento à imprensa: “Ele fez uma ponderação de que quando o filho dele estabeleceu a sociedade com essa corretora lá de Mato Grosso, ele não era secretário de Política Agrícola e, portanto, não tinha conflito. E que essa empresa não está operando, não participou do leilão, não fez nenhuma operação, e isso é fato também”.

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