O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a rejeição que os Estados Unidos fizeram, no mês passado, à proposta do Brasil de criar um corredor humanitário em Gaza. Na edição desta terça-feira 14 do programa “Conversa com o Presidente”, Lula aproveitou para defender uma mudança no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o presidente, a instância, criada após o fim da Segunda Guerra Mundial, não dá mais conta da dinâmica do mundo atual.
“O Brasil vai continuar brigando pela paz. É inadmissível que a gente não tenha encontrado uma solução”, disse Lula, em referência à guerra entre Israel e o Hamas.
“Produzimos uma nota que teve o apoio de doze países e teve mais abstenção da Rússia e da Inglaterra, que são também do Conselho de Segurança. E apenas um país teve o direito de vetar, e vetou, que foi os Estados Unidos. Quer dizer, isso é incompreensível. Não é admissível”, lamentou o presidente.
“É por isso que nós brigamos para mudar a ONU. A ONU precisa mudar. A ONU de 1945 não vale mais nada em 2023. É por isso que a gente quer mudar a quantidade de pessoas e o funcionamento, e acabar com o direito de veto”, afirmou Lula, cobrando mais representatividade na instância máxima de resolução dos conflitos globais.
Na live, Lula tratou, ainda, da recepção aos brasileiros que chegaram da Faixa de Gaza em Brasília (DF), na noite de ontem. De acordo com o presidente, o retorno dos brasileiros era bastante aguardado e, a partir de agora, a diplomacia deve seguir buscando brasileiros e familiares na região que desejam voltar ao País.
“Nós, agora, temos a responsabilidade de ficar procurando brasileiros que estão lá, ou tentar ver se a gente consegue liberar parentes de brasileiros que estão lá que querem sair, porque é o mínimo que a gente pode fazer”, afirmou.
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