CartaExpressa

Maria do Rosário diz que foi contra saidinha para evitar ‘ataques rasteiros’

Para a parlamentar, que é pré-candidata a prefeitura de Porto Alegre, o veto de Lula foi um “equívoco” e o tema precisa ser debatido de forma mais complexa

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Apoie Siga-nos no

A deputada federal Maria do Rosário (RS), única parlamentar do PT a votar pela derrubada do veto às restrições para saídas temporárias de presos, afirmou ter adotado esse entendimento para evitar “ataques rasteiros da extrema-direita”. As declarações foram dadas ao jornal O Globo nesta segunda-feira 3.

Para a parlamentar, que é pré-candidata a prefeitura de Porto Alegre, o veto do presidente Lula (PT) foi um “equívoco” e o tema das ‘saidinhas’ precisa ser debatido de forma mais complexa.

“Se eu não criar condição para que a população me escute em outros temas, sempre estarei como alvo de ataques da extrema-direita, então quis dialogar tirando o foco disso. Foi um equívoco o veto. Temos que debater de forma mais complexa temas como esse”, afirmou.

Seu voto, acrescentou a deputada, buscou “retirar o discurso extremista que tenta sempre desvirtuar nossos posicionamentos”.

O senador Fabiano Contarato (ES) foi o outro integrante do PT a se manifestar pela derrubada do veto. Delegado da Polícia Civil por 27 anos, o parlamentar afirmouCartaCapital ter adotado essa postura porque a quantidade de benefícios existentes passa “certeza de impunidade” para a família das vítimas.

A eventual manutenção do veto, acrescentou Contarato, poderia fazer com que as saídas temporárias acontecessem de “forma indiscriminada”.

O veto de Lula foi derrubado em sessão do Congresso Nacional no último dia 28. Na Câmara, 314 deputados se manifestaram pela derrubada do veto e 126 defenderam a manutenção. No Senado, o placar foi de 52 a 11.

A lei das saidinhas foi sancionada parcialmente pelo presidente em abril. Ele vetou o trecho que acabava com a concessão do benefício a presos do regime semiaberto para visitas esporádicas à família em datas comemorativas.

A justificativa é que a proibição seria  inconstitucional e a manutenção da visita à família “minimiza os efeitos do cárcere e favorece o paulatino retorno ao convívio social”.

O Brasil tem, atualmente, cerca de 118 mil presos em regime semiaberto, segundo dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais. Nem todos, porém, poderiam lançar mão da saída temporária. Para isso, a pessoa precisa preencher os requisitos legais e o juiz da execução penal precisa autorizar o benefício.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Relacionadas

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar