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Moraes manda soltar coronel da PM do DF que estava preso pelo 8 de Janeiro

Paulo José Bezerra integrava a cúpula da Polícia, apontada como omissa durante os atos golpistas, e terá que usar tornozeleira eletrônica

O coronel da Polícia Militar do DF, Paulo José Bezerra, que se omitiu no 8 de Janeiro, foi solto provisoriamente por Moraes, do STF. Foto: Eurico Eduardo/ Agência CLDF
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, concedeu, nesta quarta-feira 3, liberdade provisória ao coronel Paulo José Bezerra, da Polícia Militar do Distrito Federal (PM do DF), que estava preso por suspeita de omissão durante os atos golpistas de 8 de Janeiro.

O coronel se junta agora ao grupo de PM soltos há uma semana por Moraes. Todos devem usar tornozeleira eletrônica e teve seu porte de armas suspenso. Ele também não pode se comunicar com outros investigados e precisa entregar seus passaportes caso queira se manter em liberdade.

Inicialmente, Moraes havia negado a sua soltura diante da possibilidade de que ele apagasse provas de sua atuação na cúpula da PM do DF, acusada de omissão diante dos golpistas. Em recurso, a defesa argumentou que José Bezerra já está na reserva, o que dificultaria qualquer ação do tipo. Moraes, então, acatou.

O coronel solto nesta quarta-feira, vale lembrar, foi apontado pela Polícia Federal como um dos responsáveis pela falta de planejamento de defesa do Distrito Federal. Ele era, na ocasião,  chefe interino do Departamento de Operações (DOP) da PM. Substituía, à época, o coronel Jorge Eduardo Naime, que estava de folga no dia dos atos.

“É verossímil acreditar que Paulo José agiu de maneira omissa, frente aos crimes praticados no dia do evento, ao não elaborar o planejamento operacional do policiamento ostensivo do Distrito Federal”, aponta um trecho do relatório que circulou em maio do ano passado.

Naquela ocasião, o apontamento da PF se deu a partir de análises de diálogos entre ele e o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-titular do 1º Comando de Policiamento Regional (CPR). Nas conversas, ambos tratam dos ataques futuros e subestimam as ações. “Muito barulho e pouca ação”, teriam dito. As mensagens, para a PF, mostram que ele tinha conhecimento do fato de que os ataques aconteceriam no dia 8 de Janeiro.

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