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MP denuncia supostos envolvidos em lavagem de dinheiro de empresas de ônibus para o PCC
Segundo os procuradores, o esquema beneficiou as empresas Upbus e TW em licitações realizadas em São Paulo
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou 26 pessoas envolvidas em um suposto esquema que liga as pessoas envolvidas nas empresas TW e Upbus, responsáveis pela administração de ônibus de SP, à pratica de lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo o MP, dois agentes do PCC – conhecidos como Silvio Cebola e Décio Português – infectaram mais de 20 milhões de reais “em recursos obtidos por meio de atividades ilícitas em um cooperativa da zona leste que viria a se transformar na Ubpus”.
Essa prática, de acordo com o órgão investigador, teria como objetivo viabilizar a participação da empresa em uma concorrência feita pela prefeitura, em 2015.
No caso da TW, dez denunciados – um deles conhecido como Pandora – “constituíram e integraram uma organização criminosa e utilizaram o grupo econômico TW/COOPERPAM para cometer os crimes de apropriação indébita, extorsão, lavagem de bens, direitos e valores, e fraudes licitatórias”.
Segundo aponta o MP, eles lavaram cerca de 54 milhões de reais, oriundos, principalmente, do tráfico de drogas. O uso do recurso também beneficiava a empresa, ajudando-a a se qualificar para licitações oferecidas pela prefeitura de SP.
Nesta semana, uma operação, conhecida como Fim de Linha, deflagrou o caso. As duas empresas estão sob intervenção da SPTrans, conforme determinação da Justiça.
As empresas ainda não se manifestaram sobre a denúncia apresentada pelo Ministério Público.
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