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Na Rússia, Bolsonaro presta homenagem a soldados comunistas

O ex-capitão, cumprindo o protocolo do país, levou uma coroa de flores até o Túmulo do Soldado Desconhecido, que celebra as vitórias da União Soviética

Foto: MAXIM SHEMETOV / POOL / AFP
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) iniciou nesta quarta-feira 16 a sua visita oficial à Rússia e, cumprindo o protocolo do país, participou da cerimônia que levou uma coroa de flores até o Túmulo do Soldado Desconhecido, monumento que celebra as vitórias da União Soviética.

No túmulo repousam restos mortais de soldados comunistas que defenderam Moscou contra o exército nazista, de Adolf Hitler. O local celebra a vitória da URSS contra a tentativa de invasão do regime nazista aos territórios russos.

No país, que vive tensões em meio ao conflito com a Ucrânia, Bolsonaro terá que conviver com os símbolos do comunismo, exibidos em centenas de locais públicos e oficiais. No Brasil, o ex-capitão é ferrenho opositor aos símbolos do regime e constantemente alega estar travando uma luta contra ‘essa ameaça’, que não encontra qualquer indício fora dos discursos do presidente.

Antes de ir à Rússia para ‘homenagear os comunistas’, apoiadores do presidente no cercadinho do Alvorada chegaram a questionar Bolsonaro sobre o tema. Em tom de preocupação, um eleitor perguntou se Vladimir Putin era conservador. Na ocasião, Bolsonaro respondeu que sim.

O presidente russo, de fato, não é exatamente um comunista, mas cultua parte dos símbolos do regime. Afastado ideologicamente, o líder do país mantém um apreço pela memória da guerra e seus aspectos heroicos, postura semelhante à de boa parte da população local. O período das repúblicas soviéticas marca uma era de domínio russo na região e, portanto, suas glórias nacionais ainda são celebradas.

Bolsonaro, que vem sendo obrigado a seguir um rigoroso protocolo de segurança sanitária, encontrará Putin ainda nesta quarta-feira. A agenda, segundo informações oficiais divulgadas até o momento, será centrada nas relações comerciais que o Brasil mantém com a Rússia. O Brasil não é um dos que dialogam sobre o conflito na região e, na terça-feira, reforçou os laços diplomáticos com a Ucrânia, atual nação adversária de Putin.

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