A ministra Damares Alves, que comanda a pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos, revelou nesta segunda-feira 21 que pode não ser candidata ao Senado pelo Amapá, como tem defendido e indicado Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista ao site G1, a ministra revelou não ter nenhuma motivação para entrar na concorrência pela vaga no estado.
“Não tenho nenhuma motivação em ser candidata”, disse. “Eu ainda não me decidi. Mas, se quiser seguir meu coração, eu fico aqui [no governo]. Ainda vou ter uma conversa com o capitão”, acrescentou Damares, contrariando a indicação de Bolsonaro feita em uma live no início de março.
A candidatura da ministra enfrenta resistência no estado. Davi Alcolumbre (União Brasil) articula nos bastidores impedir que partidos do Centrão e da direita aceitem a filiação da ministra. Alcolumbre é senador e pretende ter o apoio das legendas governistas para sua reeleição.
De acordo com o site, nem mesmo o partido do presidente estaria disposto a receber Damares para concorrer ao Senado. O PL, comandado por Valdemar Costa Neto, estaria sendo influenciado por Alcolumbre. PP, PTB e Republicanos, que também são base do governo no Congresso Nacional, são outras legendas que estariam dificultando a filiação de Damares.
Ao site, ela reconheceu a dificuldade, mas minimizou que não tenha encontrado espaço a sua disposição:
“Se chegar em qualquer lugar em que os palanques já estejam montados, para mudar o jogo, as lideranças ficam bravas”, disse. “[Mas] Tenho vários outros partidos que me querem. O PRTB inclusive. E se eu for candidata, eu vou ganhar”, completou a ministra.
Caso sua candidatura ao Senado do Amapá não avance, será a segunda costura política de Bolsonaro envolvendo a ministra que não frutifica. A primeira tentativa do ex-capitão foi emplacar a sua aliada em uma chapa com Tarcísio de Freitas em São Paulo. A ministra recusou alegando ter outros bons nomes à disposição de Bolsonaro no estado.
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