A Câmara de Controle Externo da Atividade Policial e Sistema Prisional do Ministério Público Federal afirmou, nesta quarta-feira 25, ter visto sinais de racismo e de “repetição de execuções coletivas” na chacina da Vila Cruzeiro, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, na terça 24.
Uma operação do Batalhão de Operações Especiais e da Polícia Rodoviária Federal deixou ao menos 25 mortos.
Em nota, o órgão do MPF cobrou uma “investigação pronta, independente, isenta, imparcial e autônoma” e a análise da “atuação dos gestores públicos, responsáveis pelo desenho de políticas públicas em que tais formas letais de intervenção são concebidas, autorizadas ou não reprimidas”.
“A Câmara considera indispensável a análise do padrão de atuação das instituições de segurança, que tem dado causa a repetição de execuções coletivas, como as registradas na Vila Cruzeiro”, prossegue o texto. “Essas ações são absolutamente incompatíveis com o Estado de Direito, em uma sociedade democrática. Tais modos de atuar e conceber trazem inequívocos elementos de racismo, maltratando o direito à vida de pessoas e populações marginalizadas da sociedade.”
O texto é assinado pelo coordenador da Câmara, o subprocurador-geral da República Paulo de Souza Queiroz, e pelos subprocuradores-gerais Ela Wiecko e Luciano Mariz Maia.
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