Para a Justiça Militar PM que pisou pescoço de mulher sofria de ‘desgaste físico e emocional’

As informações são da Folha de S. Paulo que teve acesso aos votos favoráveis à absolvição do agente

Foto: Reprodução/ TV Globo

Apoie Siga-nos no

Os oficiais da PM que votaram a favor de absolver o policial João Paulo Servato, que pisou no pescoço de uma mulher negra durante abordagem em Parelheiros, na zona sul de São Paulo, alegaram que a ação “foi a forma que, em virtude de um desgaste físico e emocional, apresentou-se para o policial cumprir a sua missão de conduzir a Sra Elizabete para o Distrito Policial”.

As informações são da Folha de S. Paulo que teve acesso aos votos dos capitães da Policia Militar Alisson Bordwell da Silva e Marcelo Medina, favoráveis à absolvição do agente.

Sobre o vídeo da ação, que viralizou nas redes sociais, os policiais apontaram que as imagens apresentam “entre 15% e 10% dos confrontos” e que, embora fortes, impactantes e lastimáveis, não permitem apurar “a verdade real dos fatos” e poderiam induzir “o julgador a erro”.

A defesa da vítima apontou que a alegação dos policiais é estapafúrdia e excede aos limites do razoável e que a justificativa ridiculariza a corporação. O caso foi registrado em 30 de maio de 202, contra a comerciante Elizabete Teixeira da Silva.

“O policial é (ou deveria ser) treinado física e psicologicamente para lidar com situações de enfrentamento que envolvam qualquer que seja. Não podem usar um suposto desgaste físico para praticar uma brutalidade como aquela, sem qualquer necessidade ou razão aparente”, apontou o advogado Felipe Morandi.

Já o advogado de defesa dos policiais, João Carlos Campanini, alegou que Servato não pisou sobre o pescoço de Elizabeth, mas “no final das costas. Próximo ao início do pescoço”, e que a ação se deu em legítima defesa.


Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Relacionadas

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.