A Polícia Federal adiou o depoimento do deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) para a próxima segunda-feira 5. A oitiva estava prevista para esta sexta, mas a defesa do ex-procurador pediu mais tempo para ter acesso aos autos.
Deltan foi intimado a depor na última terça-feira enquanto estava na Câmara dos Deputados. O documento, contudo, indicava apenas que o motivo da oitiva seria uma investigação preliminar – no juridiquês, ‘termo de declarações’ – na qual ele teria sido citado por alguém.
O depoimento aconteceria de forma virtual. Ao acessar o link enviado pela PF, o ex-procurador foi informado de que a apuração mira declarações feitas por ele após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de cassar o seu mandato.
Em entrevista à Folha, Deltan afirmou que o voto do ministro Benedito Gonçalves pela sua cassação foi um “aceno” ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como forma de “fortalecer sua candidatura ao Supremo”.
“O ponto de partida são as duas vagas que estão abertas para serem preenchidas no STF, ambicionadas por ministros que estavam lá [no TSE], seja para ocupá-las, seja para indicar quem as ocupasse”, declarou.
Em nota, a defesa do ex-procurador disse que não pode dar mais detalhes sobre o caso e afirmou que pediu ao Supremo Tribunal Federal a retirada do sigilo da investigação “em prestígio à publicidade dos atos públicos e valoração da transparência”.
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