Popularidade de militares está em queda vertiginosa com Bolsonaro, revela pesquisa

Pela primeira vez, mais da metade da população rejeita militares atuando no governo; imagem negativa das Forças também se ampliou

Comboio de tanques passa pela Esplanada. Foto: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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A mais recente pesquisa PoderData, divulgada nesta sexta-feira 20 pelo site Poder360, revela uma queda vertiginosa na popularidade dos militares brasileiros. Os dados indicam que mais da metade da população rejeita a participação de fardados no governo e na política de um modo geral. Esta é a primeira vez que o índice ultrapassa os 50% no levantamento.

 

 

Ao todo, 52% consideram a presença de representantes das Forças Armadas ocupando cargos políticos ‘ruim’ para o Brasil. O dado representa um aumento de 7 pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, de maio deste ano, e de 15 pontos desde o início da pesquisa, em maio de 2020. Entre os que consideram a participação positiva, uma queda de 3 pontos, passando de 35% para 32%.

A imagem negativa das Forças Armadas também se ampliou. Ao todo, 29% da população passou a ver militares de forma ruim ou péssima. Em maio, o índice era de apenas 18%. Os que consideram a atuação regular somam 34% e outros 30% têm uma visão positiva.


A visão de que a democracia não vai bem também é compartilhada pelos brasileiros e reflete a percepção de episódios recentes envolvendo os fardados. Este é o primeiro levantamento após o desfile de blindados em Brasília.

Segundo a pesquisa, 34% dos entrevistados acreditam que a nossa democracia está funcionando mal, outros 15% apontaram uma visão ainda mais negativa e disseram que a democracia vai muito mal nas últimas semanas.

Só 12% indicam que o Brasil vai muito bem. Em maio, este mesmo público somava 14%. Entre quem enxerga que a democracia caminha de forma ‘mais ou menos bem’ também se observa uma queda, 38% ante aos 47% medidos em 2020.

Na PoderData foram entrevistados 2.500 pessoas em 433 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

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