Prevent Senior é alvo de protesto com tinta vermelha e dólares com o rosto de Bolsonaro

Ato foi organizado pelo Levante Popular da Juventude contra o ‘negacionismo e a política de morte do governo’

Protesto em frente à sede da Prevent Senior, em São Paulo (Foto: Divulgação/Levante Popular da Juventude

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Uma das sedes da operadora de saúde Prevent Senior em São Paulo teve partes da fachada pintadas com tinta vermelha em alusão ao sangue das vítimas dos experimentos negacionistas realizados pela empresa. Dólares com o rosto do presidente Jair Bolsonaro foram espalhados pelos manifestantes no local.

As ações fazem parte de um protesto organizado nesta quinta-feira 30 por integrantes do movimento Levante Popular da Juventude que estiveram no local contra o ‘negacionismo e a política de morte do governo Bolsonaro’.

“Manchamos a Prevent Senior com tinta vermelha e espalhamos os dólares de Bolsonaro para denunciar aqueles que eles lucraram com a morte de milhares de pessoas. A empresa fez tudo isso com apoio do Governo Federal, pois tinha relação direta com o gabinete paralelo, que organizou esquemas de corrupção na compra de vacinas da Covaxin e que estimula instituições que fomentam o uso do kit Covid”, explica Julia Aguiar, coordenadora do movimento e vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes, por meio de comunicado oficial do Levante.

Foto: Divulgação/Levante Popular da Juventude

A Prevent Senior, alvo dos protestos, é investigada na CPI da Covid por protagonizar um dos maiores escândalos médicos do Brasil nas últimas décadas. A empresa teria realizado experimentos negacionistas utilizando-se de idosos como cobaias. A intenção era comprovar uma suposta eficácia de medicamentos do kit covid. Na prática, a operadora de saúde ocultou dados, alterou resultados e fraudou prontuários e certidões de óbito para defender o tratamento e ‘vender uma solução’ adotada como principal política do governo Jair Bolsonaro para enfrentar a pandemia.

A operadora também é suspeita de ter conduzido os experimentos sem consentimento dos pacientes e familiares. No ‘tratamento’, utilizou ainda aplicações de ozônio, proibidas pelo Conselho Federal. Relatos ainda indicam que a empresa orientava a redução do fluxo dos respiradores de oxigênio dos pacientes em terapia intensiva para reduzir o número de ocupações nos leitos e indicar um ‘sucesso’ no estudo. A prática resultou em mortes.


As ações reveladas pela CPI motivaram o protesto desta sexta: “Escrachamos a Prevent Senior e o governo Bolsonaro por acreditar numa saúde que cuida e prioriza a vida do povo brasileiro, que tenha como base a ciência e que seja pública e universal. A falácia de que a privatização de serviços essenciais para o povo seria a solução é dia após dia derrubada”, dizem os organizadores no comunicado.

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