CartaExpressa
PT, PCdoB e PV registram federação com obrigatoriedade de composição feminina e étnico-racial
Ao menos 30% dos indicados para compor a assembleia geral do grupo deverão ser mulheres e outros 20% terão que respeitar critérios étnico-raciais
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2022/04/Executiva-federação-PT-PCdoB-e-PV.jpg)
As direções nacionais do PT, PCdoB e PV registram nesta segunda-feira 18 o estatuto e o programa da federação batizada de Brasil da Esperança (FE Brasil). Os documentos para a composição entre as três legendas foram aprovados em reunião no domingo 17 e trazem itens como a obrigatoriedade de presença mínima feminina e étnico-racial na composição do grupo.
Ao menos 30% dos indicados para compor a assembleia geral da federação deverão ser mulheres e outros 20% terão que respeitar critérios étnico-raciais. Ao todo, 60 membros devem integrar o grupo, sendo nove divididos igualmente entre cada partido e 51 seguindo a proporção de deputados eleitos em 2018 por cada sigla.
Já a direção executiva do grupo terá 18 membros, sendo integrada obrigatoriamente pelos três presidentes de cada partido e outros 15 cargos, seguindo o critério de representatividade na Câmara nas eleições de 2018.
A primeira a comandar o grupo será a deputada e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, que terá mandato de um ano, podendo ser reconduzida ao cargo por decisão unânime. Luciana Santos (PCdoB) será a primeira vice-presidenta e José Luiz Penna (PV) ocupa a segunda cadeira de vice. O comando da federação será feito por rodízio entre os dirigentes.
Em nota, os partidos classificaram a composição como um ‘um marco histórico na vida política brasileira’. Segundo o texto, a federação é uma forma ‘ousada’ de renovar o modo de fazer política no País.
“Estamos ousando, construindo uma ferramenta nova, inovando e renovando a forma de fazer política, apostando na unidade e na convergência em torno de ideais e compromissos elevados com nosso país, que se expressam na Carta Programa de nossa Federação. Valorizamos a democracia interna e construímos um estatuto que estimula a busca pelo consenso”, diz o texto.
As decisões do grupo serão tomadas com o aval de três quartos da assembleia geral. O grupo também deverá atuar por quatro anos em conjunto no Congresso Nacional. De acordo com a nota da federação, a composição nasce pela necessidade de enfrentar a extrema-direita.
“Nossa Federação buscará eleger grandes bancadas progressistas para o Congresso Nacional e as Assembleias Legislativas, bem como um expressivo número de governadores/as, criando as condições para que o governo eleito por essa ampla aliança tenha as condições para promover as mudanças e grandes transformações de que o país necessita”, destaca o grupo.
Relacionadas
CartaExpressa
Moraes cassa decisão e manda CNJ investigar juiz que condenou a União por ‘erro’ do STF
Por CartaCapitalCartaExpressa
Sâmia Bomfim apresenta projeto para que delegacias especializadas em crimes raciais funcionem 24h
Por Wendal CarmoCartaExpressa
Moraes dá duas horas para redes sociais excluírem novos perfis de Monark
Por CartaCapitalApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.