CartaExpressa
Salário médio no Brasil teve recuo de 6,9% em 2022, acima da média mundial
A queda salarial dos trabalhadores contrasta com a evolução dos dividendos de acionistas no Brasil, que receberam, no ano passado, cerca de 24% a mais do que em 2021
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2019/05/desemprego.jpg)
O salário médio do trabalhador brasileiro registrou queda de 6,9% em 2022, valor acima da média mundial de 3,19% registrada em 50 países no mesmo período, segundo relatório da Oxfam.
O estudo indica que, em 2021, o salário mensal médio no Brasil era de R$ 2.480,80, o que somava R$ 29.769 ao ano. Já em 2022, o salário anual foi de R$ 30.483,90 – ou R$ 2.540,33 mensais.
Os números indicam uma alta nominal de 2,4%. Mas a inflação média do período foi de cerca de 9%, segundo o índice usado pela Oxfam no estudo. Ou seja, na prática, o valor real do salário do brasileiro recuou.
A queda salarial dos trabalhadores, no entanto, contrasta com a evolução dos dividendos de acionistas no Brasil, que receberam, no ano passado, cerca de 24% a mais do que em 2021. Os pagamentos feitos à parcela mais rica da sociedade ajudam a aumentar os níveis de desigualdade, alerta a organização.
“Os dividendos recebidos por acionistas em 2022 foi um recorde de US$ 1,56 trilhão, aumento de 10% em relação a 2021. Acionistas de empresas brasileiras receberam US$ 34 bilhões, quase o mesmo montante do que trabalhadoras e trabalhadores do país tiveram em cortes em seus salários”, destaca a Oxfam no relatório.
Relacionadas
CartaExpressa
Moraes dá duas horas para redes sociais excluírem novos perfis de Monark
Por CartaCapitalCartaExpressa
Lewandowski: Decisão do STF sobre a maconha aliviará a superlotação das prisões
Por CartaCapitalCartaExpressa
IPCA-15: preços sobem 0,39% em junho, impulsionados pela alimentação
Por André LucenaApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.