CartaExpressa
‘Se vier brincar, vai se dar mal’, diz Otto Alencar a Luciano Hang antes da CPI
‘Não adianta chegar aqui vestido de verde, parecendo um papagaio. A CPI não é lugar de brincadeira’, alertou o senador
Integrante da CPI da Covid, o senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou que se o empresário bolsonarista Luciano Hang for até à comissão para ‘brincar’, ele ‘se dará mal’. A declaração foi dada em entrevista à CNN Brasil na manhã desta quarta-feira 29, horas antes do início da sessão que deve ouvir o empresário.
“Ele disse que ia comprar algemas para dar aos senadores, brincando com o Senado. Não adianta chegar aqui vestido de verde, parecendo um papagaio. A CPI não é lugar de brincadeira. Se vier brincar aqui, vai se dar mal”, alertou Alencar, em referência ao vídeo em que o empresário aparece fazendo piadas com a CPI após ser convocado a depor.
Hang é investigado pela comissão por ser integrante do chamado gabinete paralelo, grupo negacionista que orientou Bolsonaro durante a pandemia. Seu depoimento ganhou outro status ao ser envolvido no caso da Prevent Senior, que usou idosos como cobaias e fraudou números para defender uma suposta eficácia do tratamento precoce. A suspeita é de que o empresário tenha acobertado a fraude na certidão de óbito da própria mãe para que pudesse seguir defendendo Jair Bolsonaro e o uso dos medicamentos.
“Ele terá que responder as perguntas e terá que esclarecer, sobretudo, quando ele financiou e financia fake news para vários blogs bolsonaristas que agrediram as pessoas e fizeram ameaças a todos nós”, explicou o senador, lembrando que Hang também financiou blogs do chamado gabinete do ódio, como o Terça Livre, de Allan dos Santos.
Relacionadas
CartaExpressa
Morre Mirta Diaz-Balart, primeira esposa de Fidel Castro e mãe de um de seus filhos
Por AFPCartaExpressa
Desmatamento na Amazônia cai 38% no primeiro semestre e é o menor desde 2018
Por CartaCapitalCartaExpressa
Mensalão foi a primeira grande fake news do Brasil, diz Dirceu
Por CartaCapitalApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.