Silas Malafaia sugere que fiéis em Aparecida seriam ‘apadrinhados de Lula’

O pastor minimizou as cenas de hostilidade dos apoiadores do presidente na catedral. "O que Lula faz, pode. O que Bolsonaro faz, não pode"

Reação. Um coletivo de mulheres evangélicas processa Malafaia por transfobia - Imagem: Isac Nóbrega/PR

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Logo depois das cenas de tumulto e hostilidade, na passagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Santuário Nacional de Aparecida durante a celebração do dia da padroeira, o pastor Silas Malafaia classificou como “conversa fiada” a posição de que há uma exploração da fé em benefício do candidato. 

A declaração foi feita em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

“Se um cara que não é evangélico chega na minha igreja, ele tem acesso. Como é que um cara que é católico e chega na Igreja Católica não tem acesso? Ou é porque Lula não foi, e eles são apadrinhados de Lula?”, perguntou o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. “Essa que é a questão. O que Lula faz, pode. O que Bolsonaro faz, não pode. Essa conversa fiada enche o saco.”

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil publicou na véspera do feriado, que era contra “a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno”. 

Malafaia também comentou as ameaças feitas pelos apoiadores do candidato à reeleição aos repórteres locais. 

“Bolsonaro agora vai controlar pessoas? Cada um é responsável por suas asneiras e seus acertos. Não posso transferir para o presidente atitudes erradas de um evangélico que faz uma loucura, que bate em alguém porque vota em Lula, ou porque xinga. Numa multidão de gente, tem cara que não tem senso.”


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