Site do BNDES induz visitante a acessar contratos do PT com Cuba e Venezuela

Jair Bolsonaro e a ala ideológica de seu governo têm fixação com os governos dos dois países

Foto: Miguel Ângelo/Agência Brasil

Apoie Siga-nos no

Quem acessa o portal Transparência do BNDES pode até não perceber. Mas quem olhar com atenção a ferramenta de buscas na página que leva a contratos e financiamentos do banco vai notar algo, no mínimo, curioso. O sistema de buscas induz o visitante a pesquisar pelos contratos firmados nos governos do PT. Mais especificamente, com Cuba e Venezuela, além de investimentos no Porto de Mariel.

Funciona assim: na barra de pesquisa fica a seguinte sugestão: “Use um termo relacionado às operações buscadas. Ex: Porto de Mariel”. Ao realizar a pesquisa com o termo sugerido aparecem contratos firmados nas administrações petistas.

Em destaque na home do site, há uma propaganda anunciando a nova ferramenta de busca do banco – que é público.

Jair Bolsonaro e a ala ideológica de seu governo têm fixação com os governos de Cuba e Venezuela. O presidente, seus filhos, deputados aliados e ministros recorrem, quase diariamente, a analogias entre esquerda e os dois governos, fortalecendo, também, a estratégia de produção de fake news.

Em nota, o BNDES declarou que a ferramenta vem passando por melhorias para facilitar a busca não só por CNPJ ou nome da empresa contratada e mencionou outros termos incluídos na ferramenta de busca como JBS e Maracanã. “A indicação dos termos mencionados está em consonância com o princípio da transparência adotado há muito tempo pelo BNDES”.

Veja exemplos:


 

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Relacionadas

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.